Guk Saemi's point of view
Já faziam pelo menos três dias desde que eu decidi me isolar de todo mundo. Não estava indo para a escola e minha mãe não tinha ideia, já que ela estava em uma viagem de trabalho por todo esse tempo, tenho evitado ligações mensagens e até tentativas de visita quando Minho ficou pelo menos meia hora batendo na minha porta, mas eu ignorei.
Era sexta-feira a noite e eu estava sozinha no meu quarto pintando, a esse ponto nem eu mesma sabia o que estava pintando, toda essa situação me deixou tão estressada que eu esqueci como se faz a coisa mais importante para mim. Meu telefone tocou novamente mas eu ignorei, ele continuou tocando de forma insistente, mas eu não atendi, até que uma notificação de mensagem chegou do número do Minho.
Saemi, sou eu, o Changbin.
Eu preciso que você venha aqui.
O Minho bebeu demais quando não devia.
Agora ele tá chorando e chamando pelo seu nome.
Eu sei que você não tá respondendo as pessoas, mas por favor, vem aqui, eu não aguento mais ouvir esse cara chorando.O que?
Onde vocês tão?Vou te mandar a localização, pera.
Eu rapidamente guardei os meus pincéis, peguei um casaco do meu guarda roupa e vesti ele, saí do meu apartamento e desci as escadas do prédio, olhei a localização que Changbin me mandou e comecei a caminhar rapidamente. O lugar não era muito longe, na verdade eles estavam bebendo em uma loja de conveniência algumas ruas de distância.
Minho estava sentado em uma mesa na calçada de cabeça baixa e segurando uma garrafa de soju vazia, ele estava chorando e Changbin estava ao lado dele com uma expressão impaciente. Eu me aproximei deles e Changbin rapidamente notou a minha presença.
—Saemi!
—Saemi?— Minho levantou a cabeça e sorriu. —Saemi!
—Quanto ele bebeu?— Perguntei para Changbin.
—Não sei dizer ao certo, quando eu percebi ele já tava assim.— O Seo respondeu depois de um suspiro. —Vai levar ele pra casa?
—É o jeito.— Dei de ombros e segurei o braço de Minho.
—Saemi.— O Lee disse enquanto se levantava e me dava um abraço.
—Caramba, ele tá bêbado mesmo.— Passei um braço dele atrás do meu pescoço. —Vem, eu vou te levar pra casa.
Caminhei com ele até o nosso prédio enquanto ele falava algumas bobagens em um tom bêbado, entramos no elevador e finalmente deixei de segurar ele, ele tinha provavelmente o dobro do meu peso e sinceramente carregar um cara dessa forma me fez até perder o fôlego. Me apoiei na parede de metal do elevador enquanto tentava recuperar o meu fôlego.
—Saemi, você...
—Por que você tava bebendo? Sabe quanto problema isso pode dar?— Me lembrei das duas vezes que eu bebi.
—Você tava me preocupando.— Ele fez beicinho. —Não fica sem responder as pessoas assim.
Suspirei, o elevador parou, segurei o braço de Minho de novo e o levei até a parte da frente de seu apartamento.
—Você tá com a chave?
—Aqui.— Ele puxou suas chaves do bolso e me entregou.
Destranquei a porta e levei Minho para dentro. Eu o sentei no sofá e parei na frente dele com as mãos na cintura.
—Por que você ignorou todo mundo? A Kaeun e a Boram tavam quase surtando por causa disso!— Ele cruzou os braços.
—Eu não sei Minho, eu não sei.— Suspirei. —Você tem que dormir agora, tá bêbado demais.
—Não, eu não vou dormir, quero falar com você.
—Eu vou voltar pra casa.
Me virei e comecei a caminhar até a porta, coloquei a mão na maçaneta mas antes que eu pudesse abrir a porta, senti Minho me abraçar por trás deixando seu queixo apoiado no meu ombro. Eu fiquei estática sentindo meu coração acelerar intensamente, não tive reação alguma.
—Por favor, fica aqui comigo.— Ele disse com seus braços ao redor da minha cintura.
—Tá bom.— Foi a única coisa que eu consegui dizer. —Mas eu não vou dormir aqui.
—Só fica comigo.
—Tudo bem, eu...
—Saemi, eu sei que você tá passando por um momento ruim e que você quer se isolar, mas saiba que eu tô aqui por você.— Ele disse em um tom suave, meu corpo se arrepiou. —Nada disso foi culpa sua, ele vinha te assediando por um bom tempo e você não merecia passar por tudo aquilo, você não sabe o quão bravo eu fiquei quando vi tudo aquilo escrito sobre você.
Eu permaneci em silêncio por um bom tempo, não sabia o que dizer, não sabia se agradecia ou se dizia para ele não se preocupar comigo, então, minha melhor resposta foi o silêncio. Ele suspirou enquanto me puxava para mais perto.
—Tô meio cansado.— Ele murmurou.
—Vou te levar pra o seu quarto.
Me virei para ele e passei um de seus braços atrás do meu pescoço enquanto o outro estava ao redor da minha cintura. Levei ele até seu quarto com passos lentos, abri a porta e liguei a luz, aquele era um lugar onde eu só havia visitado uma vez que conseguiu ser uma situação estranhamente parecida com a última vez. Puxei Minho até a cama dele e o deitei lá, eu estava prestes a sair, mas ele segurou meu pulso.
—Fica comigo.— Ele disse em um tom manhoso, ao mesmo tempo que cansado.
—Minho, eu preciso voltar pra casa.
—Por favor.— Ele continuou fazendo beicinho, por que ele fica tão fofo fazendo isso?
—Tá bom, eu fico.— Me sentei na cama ao lado dele.
—Obrigado, Sae.— Ele me chamou pelo apelido, meu coração acelerou. Minho abraçou minha cintura e me puxou de uma forma que eu acabasse me deitando ao lado dele. —Boa noite.
—Minho, as luzes tão acesas.
Ele rapidamente apertou o interruptor ao lado de sua cama com um dedo, me abraçou de novo e fechou os olhos, percebi que ele rapidamente adormeceu e apesar que eu tinha dito que não ia dormir na casa dele, eu não queria sair dali, eu sentia aquela sensação de conforto como se ele realmente estivesse ali por mim como ele disse antes.
Desisti de tentar voltar para casa, apenas tirei o meu telefone do meu bolso e deixei em uma mesinha ao lado da cama. Me aconcheguei nos braços dele e fechei meus olhos, talvez, só talvez, eu estivesse sentindo alguma coisa a mais por Minho.
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The Jerk Next Door
Fiksi Penggemar(Capa por ZelosNation_) Já imaginou ver uma pessoa que você odiava quando criança se mudar para o apartamento ao lado? Foi exatamente isso que aconteceu com Guk Saemi, uma garota de dezeseis anos como qualquer outra que acaba se surpreendendo ao des...