30- Queria que você estivesse sóbria

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Wish you were sober - Conan Gray

Lee Minho's point of view

Droga Kaeun, por que agora? Eu sei, Saemi tinha que saber daquilo e eu estava tão bravo com aquele cara que eu poderia esganar ele —ele me deu uma chance, mas não precisava machucar a Saemi no processo— mas caramba, eu estava quase beijando ela e a Kaeun apareceu. Claro que depois daquilo eu não vi mais Saemi e aquela festa estava um saco.

Eu estava segurando um copo de refrigerante, sentado no sofá enquanto esperava alguma coisa a acontecer, alguém aparecer, qualquer coisa, eu poderia morrer de tédio esperando isso, então decidi me levantar e procurar por alguém —quero dizer Guk Saemi— qualquer conhecido servia para mim, eu só queria encontrar alguém. Foi quando no corredor dos banheiros, eu vi algo que eu não imaginaria estar vendo em toda a minha vida.

Bem, tentando resumir em palavras curtas e superficiais era basicamente como ver uma versão baixa de algum tipo de assombração prensando uma garota contra a parede. Pelo o que eu pude perceber, Jisung e Kaeun estavam tendo uma "conversinha" e eu não conseguia entender como ela poderia levar ele a sério sendo que ele estava vestido como se fosse puxar o meu pé a noite.

—Eu não te entendo.— Jisung parecia chateado. —O que eu sinto é uma piada pra você? É sério isso?

—Eu...— Kaeun murmurou em resposta. —Por que você não me dá um tempinho pra pensar? É tudo muito novo pra mim e eu simplesmente nunca pensei que você olharia para mim com esses olhos.

—Eu só quero ser seu, só isso, é difícil pra você?— A voz dele soou trêmula.

—Jisung.— Ela disse com uma voz suave enquanto acariciava a bochecha dele.

Eu já sabia onde isso ia dar e eu sinceramente não queria ver uma espécie de assombração de um filme do Studio Ghibli beijando uma amiga da Saemi —isso soa tão estranho quanto parece— então eu decidi parar de bisbilhotar eles dois, mas logo depois eu vi algo que eu realmente não esperava ver, Saemi virando uma garrafa inteira de soju. Bebidas alcoólicas não eram permitidas na festa, mas adolescentes idiotas podem fazer o que quiserem para se embebedar, eu incluso, mas eu não imaginei que a reação dela a o que aconteceu seria "beber até cair".

O lugar estava bem lotado então chegar até a Guk parecia uma missão impossível, passei por algumas pessoas dançando á música que já estava me dando nos nervos, alguns casais se beijando, pessoas bebendo, outros fedendo a álcool enquanto eram arrastados pelos amigos sóbrios. Segurei o braço de Saemi impedindo-a de beber pelo menos um pouco mais, ela me olhou confusa enquanto eu a encarei preocupado.

—O que foi?— Ela perguntou em uma mistura de um tom bêbado e manhoso.

—Você não pode beber assim, o que você vai dizer pra a sua mãe?

—Tudo bem, eu não tô tão bêbada, eu só bebi um pouco.— Ela estava obviamente bem bêbada.

—Caramba, você tá muito bêbada.— Eu comecei a puxar ela pelo braço o mais longe das outras garrafas de soju o possível. —Não bebe mais, tá bom?

—Tá bom, só não se preocupa tanto, eu tô bem sóbria.— Seus joelhos estavam fracos, mas ela falava com muito orgulho que quase me fez acreditar nela.

—Eu não tô preocupado.— Falei deixando ela sentada no mesmo sofá que eu estava antes. —Fica aqui, eu vou chamar alguém pra ficar com você.

—Certo.— Ela cruzou os braços fazendo beicinho. —Eu queria beber mais.

—Sem beber mais!— Eu rebati. —Eu já volto com alguém aqui.

(...)

Eu estava procurando por Kaeun, sim, ela estava com o Jisung e não seria boa coisa atrapalhar os dois, mas eu ainda me sentia um pouco desconfiado de deixar a Saemi bêbada com a Boram sabendo que aquela menina é completamente obcecada com o surtado que tem perseguido a Saemi desde que eu cheguei aqui. Era como se os dois tivessem simplesmente evaporado, eu procurei dentro da festa, nos corredores, banheiros e não encontrei nada.

Só faltava um lugar: a parte de trás da quadra, ninguém estaria lá, por isso era o melhor lugar que aqueles dois poderiam pensar caso eles quisessem trocar alguns beijos, porém o que eu encontrei não foi bem o que eu gostaria de ver.

—Saemi, você tá bem?— Indaguei olhando para ela.

Ela parecia ainda mais bêbada enquanto agarrava uma garrafa de soju e chorava murmurando algumas coisas que eu não me dei o trabalho de entender, tudo isso sentada no chão.

—Você! Você é um idiota!— Ela se levantou e cambaleou até mim. —Eu não entendo como você não consegue entender o que eu sinto! Seu idiota!

Meu coração acelerou enquanto eu olhava para ela em choque. Saemi suspirou enquanto passava ambas de suas mãos ao redor do meu pescoço me puxando para bem perto dela. Era como se meu coração fosse sair pela a boca, eu olhava para os lábios dela sentindo meu coração acelerar cada vez mais enquanto meu rosto queimava e eu tinha certeza que minhas bochechas estavam na cor equivalente a um tomate. Deixei as minhas mãos descansarem em seus quadris enquanto olhava para ela.

—Então você gosta de mim?— Perguntei.

—Foi o que eu acabei de dizer.— Ela parecia bem frustrada. —Eu... Eu posso?— Seus olhos estavam fitos em minha boca e eu concordei com a cabeça.

Ela se aproximou rapidamente antes de selar seus lábios nos meus enquanto eu fechava os olhos, eu só queria aproveitar aquele momento que parecia algo único e especial na minha vida. Senti sua mão acariciar a parte de trás do meu pescoço enquanto um arrepio continuava se alastrando por todo o meu corpo. Durou alguns segundos, mas eu queria que demorasse minutos, horas ou até por toda a eternidade era como se meu corpo precisasse de mais daquilo, era como um vício.

Nós nos separamos depois de alguns segundos por conta da falta de ar, mas ainda estávamos bem próximos um do outro. Eu olhava para ela com um sorriso enquanto meus batimentos cardíacos continuavam acelerados. Saemi estava sorrindo, ainda parecendo bem bêbada. Ela me encarou por mais alguns segundos antes de apoiar a cabeça no meu ombro e simplesmente apagar.

—Saemi?— Eu a segurei preocupado.

—Hum... Beomgyu...— Ouvi ela murmurar, foi como receber uma facada.

Ela me beijou, mas achando que eu era outro cara. Claro, eu estava ali, nós estávamos com a mesma fantasia e ela estava bêbada mas aquilo ainda me machucava muito. Ah como eu queria que ela estivesse sóbria, eu só queria que ela soubesse o quanto eu gostei daquilo.

The Jerk Next DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora