Lee Minho's point of view
Eu cheguei na escola novamente mais tarde que de costume. Era um dia chuvoso e eu preferi dormir mais um pouco, eu me sentia bem, mesmo que estivesse quase atrasado. Quando não vi Saemi sair de casa mais cedo, deduzi que ela já tinha ido. Cheguei na escola completamente encharcado espremendo a ponta da minha camiseta, tentando tirar o excesso de água.
Assim que cheguei na sala, pude ver Saemi sentada na carteira ao lado da minha. Ela estava de costas, já que a porta da sala fica atrás das carteiras, caminhei sorrateiramente até ela e quando parei atrás da mesma dei um leve tapa em sua nuca, tal qual ela tinha feito no dia anterior. Sua cabeça se abaixou por conta do impacto, mas logo ela virou sua cabeça em minha direção com um olhar mortal direcionado a mim.
-Droga...- Ela murmurou. -Qual é o seu problema?
-Tenho muitos, preciso listar?- Eu respondi me sentando ao seu lado.
-Não! Esqueça.
Tudo parecia voltar ao bom e velho normal, mesmo que não fosse exatamente como antes. Não era como se eu a odiasse de alguma forma, era só divertido implicar assim com ela, ver ela olhando para mim, mesmo que fosse com ódio. Saemi não parecia estar dormindo bem nos últimos dias, já que assim que teve oportunidade, ela já estava dormindo na carteira. Eu apoiei minha cabeça em minha mão enquanto olhava ela dormir, era estranho, ela parecia mais bonita que o normal e eu não conseguia tirar meus olhos dela.
-Por que você tá me olhando?- Ela indagou abrindo seus olhos. -Deve ser porque eu sou tão linda que você não para de me encarar.
Na mosca.
-Não! É porque você tá mais feia que o normal hoje!- Falei ainda um pouco nervoso.
-Ei!- Ela jogou uma bolinha de papel contra mim. -Desde quando eu virei um espelho?
-Meu Deus! Pare de ficar brava assim! É engraçado.- Eu disse entre risos.
-Eu não te suporto, sabia?
-Você não suporta viver sem mim.
-Huh, até parece!- Ela virou seu rosto para a janela da sala.
Um sorriso permanecia em meus lábios mesmo sem que eu percebesse, eu olhava para Saemi de relance, que agora decidiu ser uma boa aluna e copiar a matéria que o professor estava copiando no quadro. Me peguei em um pequeno transe antes de virar novamente em direção ao professor, se eu quisesse ser alguém na vida, eu precisava continuar estudando.
O intervalo finalmente chegou, enquanto alguns optaram por ficar na sala por conta da chuva -mesmo que o sol já tivesse voltado a aparecer um pouco- eu decidi descer logo. Fiquei sentado á uma mesa vazia enquanto observava as poucas pessoas que estavam no pátio. O som da chuva era alto, mas não me incomodava, eu estava em completa paz sozinho, até sentir uma mãe pousar sobre meu ombro.
-Lee Minho.- Kaeun me chamou. -A Saemi saiu da sala?
-Eu não sei, não vi ela sair.- Eu respondi.
-Obrigada.- A garota que deduzi ser Boram agradeceu.
-Ei, eu posso te fazer uma pergunta?- A de cabelos curtos se sentou na minha frente sendo seguida por sua amiga. Eu concordei com a cabeça enquanto tomava um suco de caixinha. -Você gosta da Sae?- Ela perguntou fazendo-me engasgar com o suco. -Meu Deus! Você tá bem?
-Que tipo de pergunta é essa?
-Qual é? Eu só queria saber!
-Eu não gosto dela! Que horror!
Aquilo era um terror para mim, por que as pessoas continuam fazendo perguntas que nem eu sei responder? Isso estava me enlouquecendo. Depois de um tempo tossindo, eu tomei um pouco mais de suco o que me fez ficar bem novamente.
-Droga...- Murmurei passando a mão em minha garganta.
-Ela tá ali.- Boram apontou para a escada atrás de nós.
Saemi estava descendo as escadas, ela parecia com um pouco de sono ainda. O pouco sol que fazia naquele dia iluminava um pouco de seu rosto, uma parte de seus olhos para ser mais específico. Era a primeira vez que eu notava que seus olhos na verdade não eram completamente pretos e sim castanho escuro, já que o sol os deixava em uma coloração mais clara. Sua expressão séria gradativamente foi se tornando um grande sorriso, era como se eu só pudesse ver ela, mesmo que outras pessoas estivessem ali também.
-Não gosta, huh?- Ouvi Kaeun murmurar.
-Eu já disse que não gosto! Tá bom?
-Tenho minhas dúvidas.
-Do que vocês estão falando?- A Guk se juntou a nós.
-Nada.- Eu respondi.
-Nada...- Kaeun deu uma piscadela.
(...)
Eu estava parado perto do portão principal da escola, me perguntando como eu iria embora dali. O céu estava mais fechado e chovia bastante, mas eu ainda tinha que voltar para casa a pé, mesmo que nenhum dos meus amigos fosse idiota o suficiente para fazer uma coisa dessas. Na verdade, eu só conhecia uma pessoa que seria idiota o suficiente para fazer isso, e ela apareceu ali bem quando eu precisava.
-Droga, como eu vou voltar pra casa?- Saemi murmurou parando ao meu lado. -Você tá indo agora?
-É o jeito.- Dei de ombros. -Você tem um guarda-chuva?
-Não.
-Eu também não...- Parei um pouco para pensar. -Eu tenho uma ideia melhor?
-Espero que você não faça nenhuma besteira.
-Confia em mim, vai ser divertido.
Eu segurei seu pulso e corri junto com ela para fora do colégio, não demorou para estarmos completamente encharcados. Eu sorria e a puxava em direção a nossa casa olhando algumas vezes para trás, percebendo que ela parecia bem confusa.
-O que é isso?
-Você nunca correu pra chuva quando era criança?
Eu parei de correr, parando perto de uma poça de água. Eu chutei a água, jogando-a em direção a Saemi, fazendo com que ela ficasse mais molhada do que já estava. Eu comecei a rir enquanto continuava jogando mais água nela.
-Ei!- Ela chutou água em minha direção. -Lee Minho, você me paga!
Nós ficamos nessa guerra de água enquanto caímos na risada por um bom tempo, até a chuva parar. Após alguns minutos o sol começou a aparecer e nós decidimos voltar para casa.
-Quando você disse que seria divertido, eu achei que você estivesse mentindo.- Ela disse com um sorriso no rosto. -Vamos fazer isso mais vezes.
-Tá bom.- Eu sorri.
Algo parece estranho, isso não está certo.
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The Jerk Next Door
Fiksi Penggemar(Capa por ZelosNation_) Já imaginou ver uma pessoa que você odiava quando criança se mudar para o apartamento ao lado? Foi exatamente isso que aconteceu com Guk Saemi, uma garota de dezeseis anos como qualquer outra que acaba se surpreendendo ao des...