I.
mãos frias de amor
envolvem meu rosto,
não sou capaz de verbalizar
o quanto machuca
e lhe estendo um sorriso
tão petrificado quanto sua empatiaII.
permaneço desconhecido
enquanto diz
meu nome morto
pronuncia seus pecadosIII.
agora que somos só nós dois
não concilia
expulsa
grita
escapa
assume
quem
me concedeu a luzIV.
disputa comigo
feito um castiçal
vazio
deseja, de braços abertos
minha rendiçãoV.
eu poderia
plagiar-te
as frases floreadas
mentir até
te fazer baixar a guarda,
mas tento ser antes de tudo
fiel a mim mesmoVI.
por isso
ainda
que não diga
uma só palavra
declaro:
eu não nasci pra ser invisível.
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De Onde Vem o Silêncio
ŞiirUm corpo (re)batizado Segue o rastro dos dias Que hora amanhecem Hora já passou a tarde Preso em seus questionamentos A realidade tem sido uma projeção Onde as vozes abafam sua própria voz E o isolamento é um grito de socorro