10 | VÊNUS: JUNO

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— Será que a gente pode sair pra beber alguma coisa? — Peço a Jinny, quando minha mãe e meu irmão se despedem de nós na sala e caminham para seus respectivos quartos

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— Será que a gente pode sair pra beber alguma coisa? — Peço a Jinny, quando minha mãe e meu irmão se despedem de nós na sala e caminham para seus respectivos quartos.

Ela sorri de forma terna e compreensiva.

— Mas é claro que sim! Vem! — Jinny segura minha mão e me arrasta para fora de casa.

Em seu carro, rodamos tranquilamente pelas ruas da cidade. Já se aproxima das 22hrs e o certo seria nos preparar para dormir, porque temos que trabalhar no dia seguinte, mas eu não consigo.

E Jinny parece entender isso muito bem, tanto que nem questiona. Deve imaginar o quanto é difícil para mim ter que lidar com tudo o que acabou de acontecer.

É a cereja do bolo de confusões que estou vivendo.
Por isso, apesar de não ser tão saudável, preciso descontar. Eu preciso beber, senão irei colapsar.

Estacionamos em frente a um bar, que não tem nada de muito especial. É apenas um bar comum. Lá dentro, nos sentamos na bancada do barman, e aguardamos este nos servir quatro doses de vodka.

— Você quer falar sobre...

Eu nem a deixo finalizar a frase.

— Não — Respondo diretamente, mas meu tom é suave, já agarrando o pequeno copo com a dose que nos foi servida.

Eu não quero falar disso. Estou cansado, triste, desesperado e mais um monte de outras coisas.

Bebemos juntos a primeira dose, de uma só vez, e Jinny faz uma careta com o amargor da bebida. Eu sorrio pela reação dela, mas logo este sorriso se desfaz e eu me ponho a refletir.

Jinny também fica em silêncio.

Observamos ao redor, o local está razoavelmente cheio, afinal é sábado à noite.

As mesas circundam o espaço todo, e no canto que fica à direita do bar, está localizado um pequeno palco. Nele, duas pessoas extremamente desafinadas cantam uma canção triste, enquanto outros bêbados acompanham na plateia. O palco, apesar de pequeno, conta com um teclado e um violão, que estão encostados no canto.

Eu me sinto melancólico. E a trilha sonora do local não colabora com meu estado de espírito, pelo contrário, me empurra ainda mais ladeira abaixo.

— Saudades de Holly — Desabafo contornando a boca do pequeno copo com o dedo indicador.

Jinny olha para mim curiosa, ajeitando uma mecha de seu cabelo que recaía sobre sua face.

— Holly? É tipo... sua namorada ou coisa assim... tipo... lá na outra vida...?

Eu solto uma breve risada pelo jeito que ela me pergunta isso e nego com a cabeça, enquanto bebemos a segunda dose da vodka. Jinny logo trata de pedir mais quatro para o barman.

Shift • Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora