12 | MARTE: ESPECTRO

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Sem fôlego

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Sem fôlego.

É como me sinto após descer dezoito lances de escada, numa velocidade questionável para o meu porte físico, a ponto de meus pulmões berrarem por socorro.

Se alguém disser que descer escadas é muito fácil, peça a essa pessoa que faça isso por dezoito andares e correndo.

O suor escorre por cada poro do meu corpo quando saio, exasperado, pelas portas de vidro do grande arranha-céu, em direção ao carro vermelho.

Eu já desconfiava que minha aparência não devia estar das melhores considerando tudo o que aconteceu nos últimos quinze minutos da minha vida, mas a expressão completamente estarrecida de Jinny ao me ver me faz questionar o quão horrível realmente estou.

Ela até se desencosta do capô, no qual estava confortavelmente apoiada, enquanto seu queixo parece cair cada vez mais, como se a própria força da gravidade estivesse puxando-o para dentro de um buraco negro ou coisa assim.

Ela fica sem palavras, enquanto seus olhos escaneiam os centímetros do meu pescoço, que agora deve estar muito vermelho, sem contar a situação caótica do meu cabelo.

A este ponto, eu já parei de correr, e próximo a eles, apenas apoio minhas mãos em meus joelhos, enquanto busco estabilizar minha respiração.

Yungjae parece mais preocupado com seu próprio sorvete quando, inocentemente, me pergunta:

— Hyung, por que seu pescoço e sua boca estão tão vermelhos assim? Aliás, você está todo acabado... — O tom dele é despreocupado, como se estivéssemos discorrendo sobre qual cor de cueca mais gostamos de usar.

Apesar de estar ainda ofegante e desesperado por ar, rapidamente penso em alguma desculpinha:

— Os elevadores... eles pararam e... eu tive que descer pelas escadas....

— E por que você demorou tanto? Não desceu junto com Jinny noona...

— Eu tive uma emergência... no banheiro... — É, isso é o melhor que consigo elaborar no momento. Melhor mesmo que o moleque pense que eu tive caganeira — Vamos embora!

Busco Jinny com o olhar, estranhando o silêncio dela, afinal ela é uma das pessoas mais barulhentas que eu conheço (o primeiro lugar pertence ao Jungkook, é claro).

Ela ainda me encara, completamente em choque, mas os olhos arregalados não fitam os meus olhos e sim toda a extensão do meu pescoço, as vezes intercalando para minha roupa, bastante abarrotada, voltando depois para a vermelhidão em minha pele.

Somente quando eu fecho o zíper da minha jaqueta, a fim de tentar esconder os chupões, ela parece sair do transe que estava envolvida e pisca duzentas vezes, atordoada.

Shift • Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora