北川綾 — Ayα Kitαgαwα
Inupi me olhava com os olhos semicerrados e os braços cruzados.
— Protegida? - Suas sobrancelhas se arquearam. — Desde quando você conhece alguém da Toman, Megami?
— E-eu não conheço ninguém... - Abaixei a cabeça e apenas aceitei a bronca.
— Vamos entrar. - Senti a palma de sua mão ir até meu ombro e então nós entramos em casa que parecia não ter nenhum vestígio da minha mãe. — Eu faço um chá, e você me explica.
Retirei o casaco e o coloquei no encosto da cadeira.
— Alguns garotos uniformizados com o Manji apareciam pela lanchonete de vez em quando... - Puxei a cadeira e me sentei na mesma. Antes de continuar a falar eu brincava com meus dedos por cima da mesa, estava claramente nervosa de dizer algo de errado e ele interpretar como se eu estivesse do lado da gangue rival que estava ameaçando minha segurança. — Eu era a única garçonete que conseguia acalmar aqueles delinquentes, então me conhecem. - Joguei o cabelo para o lado enquanto soltava o penteado que começava a doer meu couro cabeludo.
— Quem eram os membros? - Inupi começou a procurar meu chá favorito enquanto eu tagarelava.
— Da última vez eram dois loiros, um que tinha tatuagens nas mãos e aquele bosta do Kisaki. - Fiz o número quatro com os dedos enquanto contava sobre os garotos. — Eles começaram uma briguinha idiota e eu meio que "separei" - Fiz aspas com os dedos. — fiz curativos nas mãos de um dos meninos que me ajudou a pegar os cacos de vidro pelo chão, deixei eles saírem sem pagar um iene...
— Então seu nomezinho deve rodar pela Toman. - Minha caixa de chá de morango foi finalmente encontrada. — Tokyo Manji e Black Dragon... - Disse ele vindo em minha direção com duas canecas, uma em cada mão. — Como se sente sabendo que é a mulher mais protegida de toda Tokyo? - Riu e se sentou na minha frente.
— Não é lá essas coisas. - Suspirei e puxei a caneca pela alça. — Obrigada.
— Você acha que sua mãe ainda está desmaiada?
— Acredito que não, ela deve estar se arrastando até aqui. - Não me importava muito com a situação. — Espero que eu durma antes que ela chegue para ser sincera.
O ambiente se silenciou por completa após o comentário.
Inupi ainda ficou em casa por alguns longos minutos antes de notar o quão cansada eu estava. Eu constantemente massageava meus pulsos e meus dedos para aliviar a dor ali acumulada, foram três brigas seguidas, acho que é meu novo recorde pessoal. Antes de se despedir, Inupi ainda levou as canecas para a pia e colocou meu casaco no quarto.
— Eu vou indo, tome cuidado, e qualquer coisa não hesite em me ligar. - Disse autoritário.
— Tenta sair escondido, aquele garotinho ainda pode estar nos espionando. - Gargalhamos e então ele se foi.
Eu estava cogitando a ideia de ir tomar um banho, mas me lembrei que agora eu poderia fazer isso qualquer hora do dia já que além de sem estudos eu sou uma desempregada.
Ok, isso sim é triste dizer...
Corri as escadas até o segundo andar e peguei o primeiro pijama que pude encontrar. Minha clássica calça de carneiros azul claro, uma regata preta e meias, essa noite eu poderia ficar acordada até tarde então eu aproveitaria com o meu pijama fofinho.
Me sentei no sofá da sala e liguei a TV na esperança de achar algum desenho para me distrair, Sakura Cardcaptor não estaria mais passando numa hora dessas.
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Kinpatsu no Megami ✧ ⌠Dʀᴀᴋᴇɴ⌡
Fanfiction"Uma grande traidora, e isso o que eu sou." Aya Kitagawa entra para a décima geração da Black Dragon como a primeira e única mulher a ser permitida a participar de uma gangue, principalmente de uma gangue como aquela. Vivendo uma vida dupla, de manh...