𝘝𝘪𝘨𝘦́𝘴𝘪𝘮𝘰 𝘱𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘰

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北川綾 — Ayα Kitαgαwα

Os meninos da Toman não demoraram a chegar. Todas as motos juntas, enfileiradas bem na frente da minha casa.

Mikey, Mitsuya, Takemichy, Chifuyu e Hakkai. Todos sentados na calçada negando com a cabeça enquanto olhavam os pneus da moto de Draken.

E eu, bem, eu estava tremendo encostada no muro alto ao lado do desenho horrendo na pintura.

— Eles só podem estar da brincadeira com a minha cara. - Draken exclamou e os garotos voltaram sua atenção para ele.

— Black Dragons nojentos. - Takemichy fechou os olhos e abaixou a cabeça.

— É nisso que dá namorar uma garota que tem uma marca daquelas na parede. - Mitsuya apontou para a marca. — Tanta mulher para você escolher, sinceramente.

Eu queria ter ido para cima de Mitsuya naquele exato momento, mas ele estava certo.

Ele poderia estar com Emma, que com toda certeza, lhe daria menas dor de cabeça do que estar comigo.

Eu sinceramente estava me sentindo sobrecarregada com todo esse assunto. Sei que sempre passei a impressão de ser durona para os garotos da Toman, e se dependesse apenas da minha cabeça eles nunca iriam ver qualquer sinal de fraqueza, mas eu sentia que era meu coração falhando desta vez.

Taiju sabendo de toda a situação com Draken, eu precisando roubar para ajudar minha mãe, Mitsuya dizendo aquelas coisas bem na minha frente... sinto que estou prestes a ceder a fraqueza.

Minha boca secou, e logo senti minha cabeça tombar para o lado enquanto estava olhando fixamente para o chão sem esboçar expressão alguma. Conseguia ouvir os meninos conversando paralelamente pela rua, mas eu sinceramente não estava prestando atenção em nada do que saia da boca daqueles garotos.

— Vou apenas levar a moto para casa e arrumar depois que eu dormir um pouco, não tem muito o que eu fazer por agora. - Draken bufou e engoliu seco.

Senti um par de olhos sobre mim, mas os ignorei, minha cabeça estava a milhão para dar uma de durona e perguntar o que estava acontecendo para alguém estar me encarando tanto.

— Aya. - A voz familiar me tirou de meus pensamentos e eu olhei diretamente para frente, de onde estava vindo a voz. — Estava pensando em fazer um café para todos nós, o que acha? Você me ajuda? Sei que seu café é ótimo.

Concordei com a cabeça e me desencostei da parede para seguir Hakkai para dentro de casa, e pelo o que percebi, o resto deles ficaria do lado de fora. Talvez a desculpa do café seja apenas para me tirar dali e eles conversarem sobre algo importante.

Ao entrar em casa me direcionei até a cozinha e comecei a pegar tudo o que precisaria para começar a preparar a bebida.

Eu estava tão aérea que nem ao menos percebi que Hakkai estava com os braços cruzados me assistindo enquanto eu fazia todo trabalho.

— Você disse que precisava de ajuda, eu apenas peguei as coisas para você. - Disse ríspida.

Hakkai deu apenas dois passos curtos até mim e logo senti seus braços envolverem meus ombros e me apertarem contra seu estomago.

— Eu sei que você quer descarregar. - Cochichou. — Prefere descontar em socos ou lágrimas?

— Me solta, Hakkai. - Murmurei.

— Não se faça de durona agora, Aya, eu consigo sentir suas lágrimas molhando minha camisa.

Eu estava chorando sem ao menos perceber.

Kinpatsu no Megami ✧ ⌠Dʀᴀᴋᴇɴ⌡Onde histórias criam vida. Descubra agora