Capítulo 24

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Song: Turning Page - Sleeping at Last

I surrender who I've been for who you are (eu rendo quem tenho sido por quem você é)

For nothing makes me stronger than your fragile heart (nada me faz mais forte que seu coração frágil)

If I had only felt how it feels to be yours (se eu tivesse apenas sentido como é ser sua)

Well, I would have known what I've been living for all along (bem, eu saberia pelo o que tenho vivido todo esse tempo)

Pov: Natasha Romanoff

Fico ao lado de Wanda durante todo o processo. Seguro sua mão quando ela assina o atestado de óbito e quando escolhe deixar o corpo do pai como doação para estudos em universidades. Pai...me sinto estranha em usar essa palavra para me referir a Luka Ritcher. Ele era um mostro asqueroso, não merecia o título de pai, nunca mereceu.

Wanda evitava conversar, sei que ela não está se sentindo confortável por agora eu saber do seu terrível trauma. Não queria que estivéssemos presas nessa bolha de tensão e constrangimento, mas era impossível não sentir pena pelo o que a mulher passou, é um sentimento natural e que eu não conseguia controlar. A ideia de Wanda ter sofrido algo tão terrível, acabava comigo.

Dom estava sendo um anjo nesses últimos dias de viagem, ele não entendi o motivo real, mas sabia que sua mãe precisava de um tempo e, principalmente, de carinho, e era exatamente isso que iria oferecer a Wanda neste final de semana. Quando chegamos no hotel, a morena se joga na cama, seus braços estavam esticados por cima de sua cabeça e seus olhos permaneciam fechados. Me aproximo devagar, sentando ao lado do seu corpo, toco sua cintura e deposito um beijo na cicatriz que tinha ali:

- Quer comer o que, amor? - subo até seu rosto e digo contra seu ouvido. Wanda leva as mãos até meus cabelos e faz um carinho - Só sei pedir pizza - ela solta uma risada nasal - Desculpa, foi a única coisa que aprendi a falar em alemão.

- Não tem problema, não estou com fome, preciso de um banho - seus olhos se abrem e me perco na imensidão esverdeada - Mas você e o Dom devem comer alguma coisa. Tem um restaurante ali na esquina, gosto da comida deles. Peça um königsberger klopse, é gostoso e o Dominic adora.

- Koni o que? - a morena ri da minha expressão de confusão.

- É uma espécie de almôndega servida com um molho de raiz forte acompanhado por alcaparras e batatas - a advogada inclina o corpo e me rouba um selinho - Vai gostar - repito o nome do prato, testando a pronúncia nos meus lábios.

- Certeza que vai ficar bem aqui sozinha? - meus dedos acariciavam sua cintura fina, causando um leve arrepio em sua pele.

- Vou sim, meu bem, não se preocupe. Preciso de um tempo sozinha.

- Não sei o que está passando, mas estou aqui para te ouvir e tentar entender, mas não gosto de te ver chorando por ele - Wanda pega a mecha de cabelo que tampava meus olhos e coloca atrás da minha orelha.

- Não é por ele, não sei dizer o motivo de estar tão mal com a situação toda...

- Você tem todo o direito de ficar mal, linda. Mas nunca pense que a culpa é sua, porque nada disso é sua culpa, tudo bem? - beijo a ponta do seu nariz, ela sorri, fechando os olhos e enrugando o nariz - Vou descer para comer, daqui a pouco estou de volta com o Dom.

- Certo, obrigada, Nat, por tudo isso - beijo seus lábios como resposta. Não tinha que me agradecer, estar ao lado de Wanda era a melhor coisa do mundo. Seguro em sua cintura e tomo sua boca em um beijo calmo, suas mãos acariciavam minhas costas, posso sentir meu estômago se contorcer e meu peito se encher de amor, nos separamos com alguns selinhos, era impossível conseguir ficar longe da morena sem sentir uma dor física - Acho melhor você ir, Dom precisa comer, por favor - noto em seus olhos um pedido silencioso, ela queria ficar sozinha. Decido não frustra-la ainda mais. Lhe dou um último selinho e me levanto da cama.

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