Ghost of You.

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Oieee! Perdoem a demora! As últimas semanas não foram as minhas preferidas e tudo o que eu escrevia parecia péssimo. Precisei respirar fundo, parar alguns momentos e então ontem, depois de um extenso desabafo no instagram, consegui finalizar esse capítulo e sentir que ele estava digno de ser lido por vocês. 

Espero que gostem! Eu trouxe algumas cenas ótimas e acho que isso irá vos agradas. 

Obrigada a todos os que estão aqui. Amo vocês! 

Boa leitura! 

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Loja de trajes no Beco Diagonal - 2001

XI

Sentada em um dos pufes da loja de trajes no Beco Diagonal, Pansy Parkinson me deu um olhar perspicaz, enquanto a modista — já no limite de sua (im)paciência —, fazia floreios com a varinha me mostrando suas opções de tecidos e cores, os quais, eu eficientemente negava. Nada parecia ser bom o bastante para os meus padrões, ou dizer o que eu queria dizer quando aparecesse naquele maldito evento.

Como eu deveria me vestir afinal?

Acredito que não exista um terno que fale "Estou aqui com o coração sangrando, na esperança de que você não se case, mas, ao mesmo tempo, desejo que seja feliz e assim quem sabe um dia também poderei ser.". É dramático pra caralho, eu sei.

— Você precisa escolher algum, se quiser que o traje fique pronto a tempo! — Parkinson pontuou sabiamente, empinando o queixo e elevando as sobrancelhas quando considerei retrucar, no auge da minha antipatia.

Mas me abstive de ceder à minha reação nada educada para com a minha amiga, pois estava certa. Irritantemente certa. O casamento seria em algumas semanas (talvez sete ou seis), e eu precisava dar tempo à modista para que ela pudesse trabalhar em paz. E assim, quando fosse chegada a hora, poder aparecer apresentável o suficiente no casamento da mulher que eu ainda amava, apesar de todos os danos causados pela nossa relação. Em meus devaneios, eu esperava que as roupas caras e feitas sob medida fossem o suficiente para mascarar todo o caos que explodia dentro do meu coração. Que elas tivessem o poder de esconder os meus sentimentos, enquanto eu desmoronava vendo o meu maior pesadelo se transformando em realidade. Sei, uma pessoa normal não se submeteria a esse tipo de situação, não se deixaria ser massacrada dessa forma, ultrapassar o limite da própria dor, mas eu não era uma pessoa normal. Era um homem apaixonado — e quebrado —, e queria ver com meus próprios olhos que ela escolheria a ele para sempre, outra vez.

Talvez — e isso sendo otimista —, com o "sim" dela para ele, meu coração rebelde conseguisse superá-la de uma vez por todas e parasse de esperar pelo mágico dia em que Granger perceberia que o cabeça-de-cenoura jamais a amará como eu a amo. Precisava me libertar das correntes desse amor para as possibilidades chegarem outra vez na minha vida. Quem sabe ainda exista amor para mim. Alguém especial e leal, que consiga me amar apesar das minhas falhas e enxergar além dos erros dos meus ancestrais. Mas, antes de descobrir isso, preciso comprar o que vestir para esse tão estimado evento.

Revirei os olhos antes de murmurar.

— Eu sei.

Dei outra olhada nos vários recortes de tecido, eles pareciam pesados demais, outros finos demais. Outros não tinham uma textura agradável, os que tinham possuíam cores extravagantes que um Malfoy jamais usaria.

Bufei, escolhendo o preto que, inicialmente, eu havia descartado.

— Preto vai lhe cair bem. — Pansy constatou, tocando o tecido perto dela com as pontas dos dedos.

— Não queria ser tão óbvio. — retruquei, arrumando a postura ao tempo que a fita mágica da modista tirava a medida do meu tórax e abdômen.

— Nem mesmo se usasse amarelo conseguiria se livrar da áurea de velório que seu rosto se transforma quando falamos sobre esse casamento, Draco. — disse ela, baixinho o suficiente para que apenas eu a ouvisse.

Shell Cottage - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora