Hellooooo! Depois de meses sem aparecer aqui, voltei. Com um capítulo que dói a alma (a capa já diz tudo).
Perdoem-me pelo tempo, prometi vir em maio, depois da bendita prova, mas como ela foi adiada para agosto, ainda sigo em uma rotina insana e tudo o que eu estava escrevendo eram redações. Mas essa história me chamou, pedindo muito que voltasse a escrevê-la para contar a vocês, então cá estou.
Estamos caminhando para o final de SC, os segredos estão começando a aparecer e eu espero muito que vocês gostem disso.
Obrigada a todos que comentaram, mandaram msgs pedindo atualização. Vocês são demais!
Enfim, boa leitura!
Ps; imagem criada com IA_________
XVIII
Already Gone
Outubro de 2001, Manor Malfoy
Meu corpo jazia no mesmo lugar que Narcisa havia deixado naquela madrugada. Meus olhos mantinham-se exatamente no mesmo ponto, olhando fixamente para toda aquela bagunça, que, uma hora ou outro, eu precisaria arrumar. Quando o dia nasceu, a sensação pareceu ter se expandido para cada molécula do meu ser. Alcançando e preenchendo todos os espaços, tornando-me miserável, covarde, péssimo.
A garrafa de whisky que fora minha companhia estava vazia, o líquido âmbar como os olhos dela havia sido ingerido sem controle, e agora exalava pelos meus poros, que enfim, começavam a liberar suas substâncias embriagantes.
Durante todas as horas que passei ali, tive vontade de retornar a sua casa, desfazer o bilhete, deitar ao seu lado e curtir a sensação do seu corpo quente na cama até o amanhecer. Mas se fizesse isso, se sucumbisse a esse desejo, não teria coragem de deixá-la ir. E não seria capaz de ir-me também. E de nós dois, não havia ninguém que precisasse mais de libertação do que eu. Pela primeira vez na vida desde Shell Cottage, decidi me priorizar. Arrancar Hermione daquele pedestal intocável em que ela vivia a partir do momento em que me apaixonei por ela.
Mas era incrível como essa escolha trazia a sensação de egoísmo.
Como se, ao deixá-la para seguir sua vida — que já tinha evoluído muito mais que a minha —, me fizesse sentir uma pessoa ruim. Cruel. Perversa. Afinal, deitei em sua cama, amei como nunca pude e fugi no meio da madrugada, após conseguir o que queria. Só que não era bem assim.
As escolhas dela ainda eram uma grande incerteza para mim. E, apesar de se entregar fervorosamente ao sentimento que nos uniu no passado, em momento nenhum da noite que passamos juntos isso trouxe clareza. "Não vamos pensar no amanhã", ela disse. O amanhã era o casamento dela, o noivo dela, as coisas que aguardam por ela fora daquele quarto. Granger não me escolheu uma primeira vez. Quem me garantirá que me escolherá agora?
Nunca houve garantia no nosso envolvimento, apesar da intensidade. Aparentemente, não é porque é intenso que será duradouro, parece-me que é bem o contrário disto.
Virei o rosto na direção da janela, na tentativa de finalmente deixar de divagar nesses pensamentos, observando a garoa fininha despencar do céu aliada as nuvens escuras que enfatizava qual seria o clima do dia.
O inverno estava se aproximando.
Soltei o ar, finalmente me levantando da cadeira. Meu pescoço estava dolorido e minhas costas não estavam melhores. Também pudera! Passei a madrugada na mesma posição desconfortável, entorpecido demais pelo peso de minha escolha e pelo álcool em meu sangue que sequer lembrei-me de minha integridade física. Caminhei até perto dos vidros levemente embaçados da janela, e, apesar da fina névoa que toda a vegetação trazia para os terrenos da Mansão, consegui enxergar Narcisa debruçada em seu canteiro de rosas, ela tinha os braços enfiados na terra até os cotovelos e usava uma capa para se proteger da garoa insistente. Apertei os olhos com força diante da visão.
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Shell Cottage - Dramione
FanfictionDraco é um homem regenerado. Depois da morte de seu pai, ele se tornou o responsável pelos negócios da família e em restaurar a reputação do nome Malfoy. Sua vida está nos eixos. Ou era isso que ele pensava. 3 anos depois de um romance fracassado, M...