Wasted Times.

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Eu não peguei essas imagens de lugar nenhum, eu as criei no bing. E to apaixonada. 

Esse capítulo tá lindo. 

Espero que apreciem. 

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Outubro de 2001

XIV

Manor Malfoy, 2001

Outubro chegou trazendo uma melancolia há muito não sentida - ao menos, não sentida inteiramente como nas últimas semanas. Principalmente depois daquele encontro na cafeteria que ainda me assombrava ao anoitecer — e um frio anormal para aquela estação, mesmo que ela fosse antecessora ao inverno.

Olhando através das janelas de vidro do meu gabinete, observei o vento fazendo as árvores do terreno da mansão dançarem num ritmo particular. Com sua força, as folhas fracas despencavam dos galhos, transformando-se em uma chuva marrom, que se espalhava pelo chão com tanta simplicidade e maestria, que tudo parecia nada mais que uma peça há muito ensaiada. Um espetáculo que poucos paravam para apreciar.

O esplendor da natureza costumava ser um show injustiçado.

Passava das seis da tarde, e o sol ainda beijava o horizonte como uma despedida até tudo estar escuro. Depois de muito tempo e muitos traumas, passei a valorizar cada momento em que havia sol, porque a noite sempre me recordava dos tempos sombrios. De servidão. De medo e de dor.

Afastei-me da janela, e caminhei poucos passos, volvendo a fitar a caixa retangular aberta que jazia intocada em cima da minha mesa, e que, naquele dia, despertara a confusão que eu era capaz de sentir.

Era o presente de casamento dela. Os presentes, no caso.

Que eu havia comprado e estava prestes a enviar.

Talvez você não devesse enviar. Minha mente sussurrou, esperançosa. Havia uma parte em mim que ainda tentava me fazer enxergar o racional, o justo e manter a dignidade que me parecia faltar quando o assunto era Granger. Mas a minha parte apaixonada normalmente era mais forte, e ditava minhas ações com uma fúria digna de um adolescente.

Balancei a cabeça em negação e bufei. Ainda tinha tempo até tomar aquela decisão.

Escutei uma leve batida na porta, seguido do movimento da maçaneta destravando-a e então Narcisa apareceu na fresta que fizera, olhando-me com intensidade e uma pergunta muda se poderia adentrar aquele espaço tão particular. Mantendo o silêncio, aquiesci com a cabeça e o corpo dela deslizou para dentro do cômodo, fechando a porta suavemente atrás de si.

Observei seu corpo esguio e elegante como sempre, com vestes escuras e longas caminhando em minha direção até estar perto o suficiente para conseguir visualizar a caixa que há pouco detinha minha atenção, e sua curiosidade tão desmedida a fez espiar o conteúdo do recipiente. Entendendo o que se tratava mais do que rapidamente - principalmente por conta do cartão endereçado à Hermione Granger -, ela crispou os lábios e desviou os olhos azuis de volta para mim, e em seus matizes azulados como os meus, podia visualizar sua luta interna sobre começar as argumentações dos "motivos de se afastar serem extremamente necessários", o que geralmente nos fazia entrar em uma discussão. Desde que aquele convite chegara para mim há algumas semanas, meu relacionamento com a mais velha estava estremecido. Não, não estremecido. Ela me amava e me apoiava em tudo ou quase, porém as coisas entre nós estavam tensas porque Narcisa queria com todas as suas forças me levar o mais distante possível do que ela julgava que seria minha ruína.

Não a culpo. Havia uma parte de mim que concordava com ela. No entanto, essa maldita parte era tão inofensiva que ficava, na maioria das vezes, enterrada por todo o sentimento que insistia em crepitar cada com mais força a cada vez que meus pensamentos voavam em direção à castanha que estava noiva.

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