Y No Puedo Olvidarte.

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Oieee! Olha quem voltou com atualizações... EU MESMA! 

Espero que estejam gostando de tudo e estejam ansiosos para descobrir mais. 

Obrigada a todos os votos, comentários e afins. Vocês são tudo! 

Boa leitura! 

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Ministério da Magia, 2001

IX

Apesar do frio do final do outono que atencedia o inverno rigoroso que se aproximava, aquela sala estava abafada. Quente. Quase sufocante. As conversas chegavam como zumbidos, e perpassavam tão superficialmente por mim, que sequer tinha a chance de entender qualquer palavra proferida pelos outros presentes.

Outros?

Minha mente estava tão conturbada, tão ridiculamente cheia... Só havia Harry e eu naquela maldita sala abafada.

Meus olhos estavam fixos em um ponto específico atrás da cabeça de Harry, mas minha mente continuava navegando em águas que julguei nunca mais tocar. Águas que com o tempo haviam se tornado escuras e inavegáveis.

Me disseram que eu nunca tocaria a mesma água duas vezes. Que um rio nunca é o mesmo...

O que era aquela avalanche se movendo de dentro de mim outra vez senão isso? Aquele rio voltando a passar debaixo da minha ponte?

Ao que parecia, Draco Malfoy tinha voltado para a minha vida para virar tudo ao avesso - novamente. A culpa era toda minha, afinal. Depois de tantos anos eu não deveria nutrir pelo homem nada além de desprezo, ou quem sabe nem mesmo isso. No entanto, havia tanta coisa acumulada dentro de mim, tanta mágoa e ela abre precedentes para outros sentimentos bem mais profundos. Bem mais difíceis de se livrar.

Inconscientemente, soltei um suspiro pesaroso e isso, essa externalização da minha frustração, foi o suficiente para que Harry se obrigasse a parar o que estava falando e olhar para mim com preocupação, como costumava ser antes. O moreno de olhos verdes sabia mais do que qualquer outra pessoa o que Malfoy tinha feito comigo. Todos os meus amigos próximos testemunharam a ruína que o ex-sonserino deixou para trás.

— O que há? — Harry quis saber, arrumando os óculos redondos na ponte do nariz e soltando o ar tão pesadamente quanto eu fizera anteriormente.

Pisquei com força para me fazer voltar ao presente. No momento eu era um mergulho nas memórias a cada vez que fechava os olhos. Isso era frustrante e humilhante.

— Não é nada. — disse, encolhendo os ombros e desviando o olhar das íris esverdeadas, ousando esperar que Harry não identificasse tudo o que estava transbordando através de meus olhos.

O moreno riu, sem humor.

— Por favor, não me insulte. — ele disse, aproximando sua cadeira mais um pouco da minha e apanhando a minha mão, acariciando-a de uma forma a me passar tranquilidade. — É por causa dele, não é? — Indagou. Seus olhos verdes me encararam e pareciam ir além da minha alma, no fundo do meu ser, desbravando todos os meus segredos e anseios.

Queria poder dizer "não", queria que a existência de Malfoy fosse insignificante como um dia foi, que suas atitudes não me afetasse e suas palavras não tivessem o poder de me ferir. Às vezes queria que nada daquilo tivesse acontecido. Que o Chalé tivesse sido somente o abrigo que precisei enquanto caçava os artefatos das trevas. Talvez doesse menos, talvez, mas só talvez, eu conseguisse amar Ronald como ele me amava se Draco Malfoy não tivesse atravessado meu caminho no momento em que eu estava mais vulnerável. No entanto, a realidade era amarga. Tão amarga quanto o gosto da solidão que experimentei quando Draco se foi da minha vida sem nenhuma explicação, como se eu não importasse o suficiente. Me odiava por todo o sentimento que insistia em borbulhar em meu âmago e odiava ainda mais saber que, não importasse o que ele fizesse, ou o que dissesse, o que eu sentia por ele viveria para sempre em mim, mesmo que soterrado por toda a mágoa, ainda que eu insistisse em fingir que não restara nada, absolutamente nada.

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