Shell Cottage - Dramione

Somebody That I Used To Know.

Oieeee! Eu queria ter vindo na semana passada, mas não consegui. 

Obrigada a todos que estão aqui. 

Comentem, por favor! Isso me deixa super feliz e animada. 

Boa leitura!

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Shell Cottage

XII

Meus dedos deslizaram pelas costas pequenas e quentes e quedaram na cintura fina e delicada, enquanto meu corpo se fazia embalar de um lado para o outro, para cá e para lá, levando-a comigo.

Ao fundo, uma melodia suave, quase inaudível, ressoava. As notas calmas e espaçadas eram quase como as batidas do meu coração. O único momento em que a culpa, a dor e o medo se mantinham afastados de mim. Eu ainda podia senti-los rondando meu âmago, mas não se faziam tão insistentes como normalmente era noutras horas do dia.

Pelo menos quando estava com ela, todas as minhas trevas pareciam se acalmar.

O efeito Granger mais apreciado.

Era madrugada - como sempre -, e estávamos nós dançando à meia-luz da única vela que ousamos acender, com nosso segredo e nosso sentimento, que a esse ponto já transbordava de nossos corpos, e nos envolvia por completo como uma bolha que não queríamos estourar. Mas que se tornava fina a cada dia que se passava. Mais frágil e transparente apesar da intensidade.

Para o bem ou para o mal, ambos sabíamos que em breve tudo seria dissolvido com a guerra. Tudo poderia se transformar em pó — ou lembranças.

As mãos dela envolveram meu pescoço tranquilamente, e a ponta de seu nariz arrebitado roçou levemente o meu queixo, o que me fez olhar para baixo, e ser sugado pelo brilho extraordinário de seu olhar âmbar.

Sempre havia algo incrivelmente acolhedor em seus olhos castanhos. Uma promessa não verbalizada de felicidade, preenchimento. Quando eu a encarava assim, tão de perto, me permitia pensar em um futuro onde nós dois existindo não era caos e insanidade, e sim calmaria, salvação e amor.

Inevitavelmente, sorri, baixando a cabeça centímetros suficientes para capturar seus lábios em um beijo lento e profundo. Poderia passar a minha vida inteira beijando Hermione Granger, e sempre acharia o gosto dela o melhor de todos, o mais inesquecível, como se fosse a primeira vez que sentia sua textura macia, sua língua quente me desnorteando ao mesmo tempo que seu cheiro inundava cada cantinho intocado do meu ser. Todas aquelas percepções eram impressas na minha memória e tenho certeza de que ficarão lá para todo o sempre, não importa o que nos aconteça.

Encostei nossas testas quando o beijo cessou, inspirando profundamente o perfume de avelã que ela exalava. Por algum motivo meu coração pareceu afundar dentro do peito quando a olhei.

E não era preciso ser tão esperto para saber o porquê.

Parecia haver um relógio na minha cabeça dizendo que tudo aquilo estava se esvaindo.

Quando a música parou, continuamos agarrados, imersos no nosso mundo. Eu conseguia escutar perfeitamente a respiração de Granger e as batidas de seu coração e sei que o que me afligia também a angustiava.

Puxei-a para mais perto, colando nossos corpos em um abraço e curvando-me na direção do seu pescoço, onde sorvi seu perfume.

"O que você está pensando?", me ouvi sussurrar e depositei um beijo sereno em seu pescoço, verificando se minhas suspeitas eram verdadeiras.