𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐬𝐢𝐱

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Um raio de sol invade minha janela e reflete diretamente em meu rosto, me xingo mentalmente por ter esquecido de fechar as cortinas antes de dormir pela bagunça que foi aquele jantar. Levo as mãos até os olhos pressionando-os levemente enquanto solto um grunhido de insatisfação. Não acredito que vou ter que aturar Sohan o dia todo, e ainda terei que fingir que estou perdidamente apaixonada por ele. Tem castigo pior?

Me levanto recitando palavras de encorajamento para mim mesma e torço para me dar algum tipo de ânimo. Continuo nessa espécie de ritual até estar completamente pronta para sair do meu quarto e encarar o dia de hoje.

Minha aparência é composta por um vestido leve de apenas uma camada para facilitar a cavalgada; Sua cor é azul eclesiástico e suas mangas são longas com um elástico nos pulsos para que as mesmas não subam durante meus movimentos; Escolhi este pelo fato de hoje estar com um vento mais gélido do que eu previ na noite de ontem; O decote é reto e não possui muitos detalhes além de um franzido na sua parte superior. É algo simples e confortável para o dia de hoje. Estou com minhas roupas íntimas casuais por baixo de tudo já que não planejo nadar hoje. Minhas mechas de cabelo estão presas em um rabo de cavalo no meio da cabeça com uma fita da mesma cor do vestido de enfeite. Nos pés, botas de cano médio marrons para cavalgar. Me sinto — não tão verdadeiramente — pronta.

Saio do meu quarto pronta para seguir em frente até a cozinha para comer algo antes do longo passeio, mas dou de cara com Sohan e sua mão levantada pronta para bater na madeira da porta, provavelmente para encher meu saco. Reviro os olhos antes de abrir a boca e perguntar o que aquele indivíduo faz aqui. Porém, sou interrompida quando suas mãos grandes agarram meus ombros, me empurrando para dentro do quarto novamente, ele entra junto comigo e chuta a porta para que se feche atrás dele.

— O que está fazendo? Ficou louco? — Pergunto tentando me soltar do seu aperto em meus ombros.

— Fique quieta, eu só quero conversar. — Ele diz e me surpreendo com a calma que domina sua voz.

Luto para me acalmar assim como ele e ele solta meus ombros, cruzo meus braços abaixo dos seios e o encaro.

— E por que escolheu justamente o meu quarto para falarmos? Sabe que se nos pegarmos aqui estaremos encrencados.

— Eu não teria tanta certeza disso. Sua mãe parecia contente ontem ao receber a notícia de que estamos apaixonados. — Ele diz com um sorriso convencido repuxando seus lábios. Odeio esse sorriso.

— Imagina o quão decepcionada ela irá ficar ao saber que é mentira. — Imito seu sorriso plantando meu dedo indicador no meio do seu peitoral o empurrando para trás. — Não precisa ficar tão perto de mim, minha audição é perfeita e tenho certeza que te escutarei muito bem dessa distância.

— Quantas exigências. — Seus olhos se reviram e meu sorriso aumenta.

— Vai me contar o porquê de estar aqui? — Arqueio uma sobrancelha trocando o peso de uma perna para a outra, sinto minhas coxas roçarem uma na outra com o ato.

— Claro, Alteza. Tenha paciência. Eu vim aqui para conversarmos sobre como vamos agir hoje. No passeio com suas irmãs.

Minha mente clareia e percebo o quão necessário será ter essa conversa. Não sabia sobre como agiria com ele, nem mesmo o que poderia e não poderia fazer, assim como ele também não saberia, e o que deixaria nossa farsa mal desenvolvida e consequentemente, mais difícil de parecer convincente.

— Ah...Claro. Realmente é uma boa ideia. — Passo reto pelo seu corpo seguindo até minha cama, sento sobre o colchão e o vejo imitar minhas ações. — O que você sugere?

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