𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐞𝐢𝐠𝐡𝐭𝐞𝐞𝐧

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Quando eu desperto, minha visão está turva e a minha cabeça lateja como nunca. Demoro alguns segundos para perceber que não estou deitada, mas sim, sentada em uma cadeira de madeira muito desconfortável e meus pés e mãos estão amarrados com cordas grossas com um nó tão apertado que mal consigo me mexer.

Não estou no meu quarto. Não estou sequer no Palácio. Nem mesmo sei onde estou.

— Fiquei sabendo que estava procurando por mim... — Ouço a voz masculina atrás de mim e viro o pescoço rapidamente procurando o responsável por isso.

Denzel.

— Denzel, seu desgraçado. Eu vou te matar! — Grito em fúria pura me debatendo na cadeira com todas as minhas forças para tentar escapar de alguma forma.

— Se você conseguir sair daí, pode até tentar. — Ele zomba, o que não ajuda em nada na minha situação.

— Seu desgraçado. Você matou a minha mãe, vai pagar por isso.

— Ah, sim. Mas acredite em mim, Majestade, — Ele zomba novamente. – Não foi a minha intenção. Não queria ter matado sua mãe.

— Como não queria?! O que queria fazer então, seu imbecil? — Vocifero entre dentes, já sinto minha mandíbula doer pela pressão que ponho nos dentes.

— O plano inicial era persuadir sua mãe a largar seu pai e ficar comigo, uma fase que estava praticamente concluída, daí eu mataria seu pai e me casaria com sua mãe, logo, o trono seria meu. Mas aquela idiota de mulher bebeu o veneno que havia deixado para o Rei e ela acabou sendo a vítima. Era mesmo uma vaca burra.

A cada palavra dita por esse homem me deixa ainda mais louca pelo sangue dele nas minhas mãos. Eu quero mata-lo. Quero tanto...

— Cala essa boca! — Grito novamente, mas ele continua cuspindo palavras em meu rosto.

— E agora que você foi a coroada, terei de matá-la também. E seu pai será o próximo da fila. Assim, poderei tomar minha filha de volta e reinar até o último dos meus dias, sem você ou qualquer outro para me impedir. — E, assim, ele conclui seu plano.

— É uma pena que você seja tão inocente assim. Acha mesmo que o sumiço da Rainha não será notado? Eles virão atrás de mim e você irá pagar. — Na verdade, eu não tenho certeza do que digo. Não sei se virão atrás de mim, não sei nem que horas são e tampouco sei onde estou.

Sei que não devia estar passando uma imagem de desespero para ele, isso o dará mais esperanças de que pode me vencer, mas talvez se eu me fizer de indefesa, ele realmente acredite.

— Quem virá lhe procurar no meio da madrugada? Na cabeça deles, você está tendo bons sonhos em sua cama de dossel e lençóis caros. Até sentirem sua falta, você já estará morta. — Ele solta uma risada de satisfação. Se acha o psicopata, não é?

Eu apenas preciso me soltar daqui e ele estará morto.

— O que quer de mim? — Pergunto me debatendo contra as cordas que me apertam na cadeira com firmeza. Preciso ganhar tempo.

— O mesmo que eu queria do seu papai e da sua mamãe. Quero a coroa e governar Vadon. E matarei quem for preciso para que isso aconteça. Comecei por sua mãe, agora por você e o próximo será seu pai.

E com isso, ele parece colocar seu plano de matança em prática desferindo um belo soco em meu rosto, o que faz minha cabeça virar com o impacto e meus olhos lacrimejarem pela dor e o latejamento que sinto no local.

— O que está fazendo? — Fungo, o encarando com os olhos marejados.

— Colocando meu plano B em prática, oras.

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