𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐧𝐢𝐧𝐞𝐭𝐞𝐞𝐧

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Eu não me recordo de absolutamente nada depois do momento em que apaguei nos braços de Sohan. A única coisa que sei é que quando despertei, já estava no meu quarto com repletos curativos e remédios espalhados pelo meu corpo. Fui tão vencida pelo cansaço que mal senti me enfaixarem e passarem remédios em mim?

Isso não importa mais, de qualquer forma. Me sinto mais leve apenas de pensar que Denzel está morto e que a ameaça maior se foi.

— Finalmente você acordou. Se sente bem para levantar? — Ouço a voz de Clarisse no outro lado do quarto e viro a cabeça em direção a sua voz.

— Estou dolorida, mas consigo levantar, sim. — Afirmo. Na verdade, tudo isso dói demais, mas não posso fazer corpo mole. Sou a Rainha e preciso ser forte.

— Isso é ótimo. Você tem visitas. — Clarisse avisa e eu franzo as sobrancelhas em confusão.

—  Visitas? Quem? — Me sento na cama fazendo uma careta de dor assim que ajeito a postura. Todos os meus membros doem.

— Mas se quiser, posso dizer a eles que não está disposta para recebe-los. Você não parece nada bem.

— Nada disso. Eu irei vê-los. — Faço um esforço para me por de pé, me firmo no chão e sigo até o armário. – Mas vou precisar de ajuda para me vestir.

Clarisse vem logo atrás de mim abrindo as portas do armário em minha frente.

— Qual vestido você quer? — Clarisse indaga passando a mãos pelos inúmeros vestidos que possuo.

— O mais confortável possível. — Resmungo com preguiça.

Clarisse apenas dá uma risada e pega um vestido azul. Ele é simples, de cetim e uma calda estampada com alguns galhos minimalistas afastados uns dos outros, não possui mangas, é tomara que caia e o decote é reto.

— Imagino que esse seja o que menos pegará em suas feridas. — Ela supõe e começa a tirar a camisola que vestia meu corpo segundos atrás. — Minha nossa. A situação está feia mesmo. Se esse homem não estivesse morto, eu mesma daria um jeito nele. Só sendo louco mesmo para sequestrar a Rainha de Vadon. — Clarisse diz passando o vestido pela minha cabeça e o vestindo em meu corpo com cuidado, em casa resmungada que saía da minha boca, ela era mais cuidadosa.

— Obrigada, Clarisse. — Sorrio alcançando uma escova de cabelo passando entre meus fios os desembaraçando. — Estou apresentável, pelo menos?

— Bem, seu rosto está um pouco inchado, um tanto roxo. Mas todos já estão cientes do que houve com você, então não vão estranhar seu estado. Estranho seria se estivesse perfeitamente bem após uma tentativa de assassinato.

— É, tem razão. — Afirmo com a cabeça e respiro fundo antes de abrir a porta. — Você vem comigo, não é?

— Eu vou apenas se for da sua vontade.

— Venha, por favor. — Digo e saio do quarto com Clarisse logo atrás de mim.

Fizemos todo o trajeto em silêncio, descendo as escadas lentamente por todo o meu corpo doer com cada movimento que faço. Quando finalmente chego na sala do trono, estreito os olhos ao ver quem me aguardava até agora: o Rei Arvid Carbon, pai de Sohan.

Assim que o homem me vê, ele faz uma reverência e espera até que eu permita que fale.

— Arvid. — O cumprimento e me sento no – agora – meu trono. — Em que posso ajudá-lo?

— Majestade. Sinto muito por aparecer aqui tão de repente sem ter ao menos avisado, mas vim buscar meu filho. Ele fugiu alguns dias atrás e tenho certeza de que está aqui. — O Rei diz, parece irredutível quanto a sua decisão. E parece não sair daqui sem que seu filho esteja junto.

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