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Elisa

Hoje o dia estava extremamente lindo. Eu acordei cedo para ajudar a minha mãe com algumas coisas e fui ajudar o meu pai na confeitaria. Eu não vou negar, estou me sentindo muito ansiosa para me encontrar com o Victor. Ele me deixa assim. Paro de pensar nessas coisas quando um cliente entra.
— Olá, bom dia. O que deseja?
— Bom dia. Eu quero esse doce. — Ele aponta para a prateleira. Pego o doce e entrego a ele.
— Custa 7 reais. — Falo. Ele paga e vai embora.
Meu pai sai da cozinha da confeitaria com uma bandeja de doces que já estavam prontos e eu o ajudo a colocar na prateleira.
— Filha. Eu queria levar a sua mãe para algum lugar hoje. O que você acha? — Fico surpresa com o que ele disse, porém acho o máximo. Eles merecem vários dias só para eles.
— Acho a ideia incrível. Minha mãe vai adorar com certeza.
— Quero levá-la para um restaurante muito chique que inaugurou a pouco tempo aqui. — Ele fala.
— Hum. Que chique. Ela com certeza vai adorar.
— E você? Não vai se sentir sozinha? — Ele ainda não sabe que sairei com o Victor. Pai, pelo contrário, estarei  muito bem acompanhada. Penso.
— Ah, não. Não se preocupe com isso, pai. Eu ficarei muito bem. Aliás, eu vou sair também à noite. Ou seja, não ficarei sozinha. — Falo um pouco meio receosa. Meu pai ficou pensativo.
— Com as meninas? — Ele pergunta e eu fico pálida de nervosa. Eu não costumo a falar sobre isso com ele, na verdade, falo bem mais com minha mãe sobre essas coisas. Acho que meu pai é um pouco nervosismo para conversar sobre "meninos". Mesmo assim prefiro falar a verdade.
— Não. Com o Victor. Ele me convidou ontem.
Meu pai abri a boca umas três vezes. Porém não sai nada.
— Victor... aquele menino de quem sua mãe falou? Ele é seu namorado?
Ele pergunta e eu que estava comendo um doce me engasgo.
— Não...não — Falo quase morrendo.
— Está tudo bem? Quer ajuda? — Ele pergunta vendo o meu estado.
— Está... tudo bem.
Falo melhorando do engasgue.
— Ele é apenas um amigo.
Por fim consigo falar.
— Que bom.
Meu pai termina de colocar os doces na prateleira.
— Posso ir agora? Tenho que passar em uma loja.
— Claro. Eu dou conta do resto.— Ele afirma.
Tiro o avental, pego minha bolsa e dou adeus para o meu pai e em seguida saiu da confeitaria. A confeitaria é dos dois, da minha mãe e do meu pai. Porém quem cuida dela é só o meu pai, minha mãe trabalha em casa, ele diz que isso já é serviço o suficiente para ela. Vou direto na loja que eu queria ir para comprar um vestido para hoje à noite. Enquanto avalio os vestidos, não consigo achar algo bom pra usar, o Victor não descreveu o local que iríamos, assim fica difícil de escolher algo para vestir sem saber a ocasião que irei. Então decidi mandar mensagem para ele. Pego o meu celular e envio uma mensagem perguntando se ele estava ocupado. Demora alguns segundos e ele responde.
Victor: Não. Pode falar.
Então eu respondo dizendo: "você poderia me dizer qual seria a ocasião que você me levará hoje a noite? Estou em dúvida no que usar." Ele manda um emoji sorrindo e em seguida responde.
Victor: Iremos jantar. Eu tenho um lugar perfeito. Sugiro que coloque um casaco.
Então eu o respondi novamente, dizendo: "certo. Obrigada por responder. Até mais tarde então." Desligo o celular e coloco ele na bolsa. Como agora eu sei o que devo comprar para vestir, irei comprar um vestido que eu tinha visto antes. Então pego o vestido e levo para o caixa.
— Olá, bom dia. — Falo com a atendente.
—  Oi. Bom dia. — Ela responde.
— Quanto custa esse vestido?
— Só um instante. Posso? — Ela pede permissão para pegar o vestido.
— Claro. — Lhe entrego o vestido.
— Hum. Custa 90 reais. Vai comprá-lo?
— Sim.
— Qual será a forma de pagamento? — Ela pergunta olhando para mim.
— Cartão. — Afirmo.
Pago e pego a bolsa com o vestido. O vestido era um preto colado, como o Victor disse que era para eu colocar um casaco, irei com esse vestido e uma jaqueta preta também. Chego em casa e dou de cara com minha mãe.
— Oi. Mãe. O que está fazendo aí? — Pergunto pois ela parecia frustrada com alguma coisa.
— O que devo usar? — Olho pra ela sem entender.
— Seu pai me ligou quase agorinha, dizendo que iríamos sair pra jantar hoje à noite. — Faço uma cara que já sabia de tudo.
— Ah, sim. Talvez algo vermelho? — Sugiro.
— Não seria uma má ideia. — Ela pensa. — Ok. Será vermelho.
— Mãe. Eu vou sair com o Victor. — Falo.
— Sério? Que bom. Aonde vão?
— Eu ainda não sei. Ele não me disse.
— Surpresa? — Pergunta.
— Sim.
— Adolescentes. — Ela fala balançando a cabeça. Não entendi o que ela quis dizer, porém não dei muita importância e fui para o meu quarto.
Algumas horas se passam e eu decidi ir me arrumar. Fiz um penteado elegante. Coloquei o o meu vestido, casaco e sapato. Dou uma olhada no espelho e passo perfume.
— Pronto. — falo. Pego o meu celular e vejo a hora, 6:49. Poucos minutos para 7:00. Desço e vou esperar o Victor no sofá.
— Uau. Você está belíssima. — Minha mãe fala quase me assustando.
— Oh, obrigada. Cadê o meu pai? — Pergunto.
— Ele foi se arrumar.
— E você não vai também?
— Sim. Só que ainda ta cedo.
— Hum. — Ouso batidas na porta.
— Ah, é o Victor. — Vou em direção a porta e abro ela. O Victor estava lá parado olhando para mim com as mãos no bolso. O que deixou ele ainda mais atraente.
— Oi. — Falo.
— Oi. Você está... impecável. — Ele fala e eu fico tímida.
— Obrigada. Você também. — Retribuo.
— Boa noite, dona Paula. — Ele fala ao ver minha mãe passando atrás de mim.
— Oh, Victor. Boa noite. Como vai?
— Muito bem. E a senhora?
— Eu vou bem.
— Com sua permissão, Elisa pode ir jantar comigo?
— Claro. Victor. Eu confio em você. Pode ir sem problemas. Só não cheguem tarde, ok?
— Certo. Obrigado. Dona Paula — Ele sorri e ela retribui.
— Vamos. — Falo.

ainda há um jeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora