um Deus, quê...?

220 32 0
                                    

A campainha ecoou pelo apartamento de tamanho médio. O mais velho do lar dormia tranquilamente, eram 02:59 da manhã; o mais jovem estava quase capotando e batendo a cabeça na mesa de estudos quando levou um susto com o som repentino.

Olhou a hora pelo celular e levantou lentamente. Não deveria atender a porta uma hora dessas, quem seria, afinal, lhe incomodando tão tarde da noite?

Ele olhou pelo olho mágico e não viu nada, talvez seus olhos estivessem embaçados, então os coçou e viu de novo, ainda nada. Wang Yibo estava tão desligado, que não imaginou que aquilo poderia ser algo perigoso, por isso, mesmo assim, abriu a porta.

— Boa noite. — um homem, que estava encostado na parede ao lado apareceu e sorriu.

— São três da manhã, cara... — murmurou baixo, não estava se aguentando em pé.

— Não são, não. — quando o homem estalou o dedo, de repente o cenário mudou. Estavam no topo de uma montanha e nevava muito. Aquilo fez Yibo acordar imediatamente.

— O que é isso?! — indagou extremamente alto, começando a tremer de frio e abraçando seus próprios braços. Logo voltaram ao cenário anterior, mas dessa vez estavam do lado de fora da casa de Yibo, mais especificamente perto da entrada do prédio. — O que foi isso. — ele travou, ficou com os olhos arregalados, encarando o chão por alguns instantes, estava em choque, parecia que tentava se manter no próprio eixo, equilibrado.

— Levei-te às cordilheiras dos Andes por alguns segundos. — sorriu sem mostrar os dentes, com as mãos nos bolsos do sobretudo, satisfeito. — Você acordou.

— Não. — Yibo retomou à postura. — É um sonho! Isso. Com certeza é um sonho.

— Não é um sonho.

— Quem caralhos é o Xiancheng?* — mesmo usando um palavrão, Yibo referia-se de maneira respeitosa ao mais velho.

— Que educado. — fez um reverência para o outro. — Chamo-me Xiao Zhan, pode me chamar pelo nome.

Lao-Xiao.** — Wang murmurou, não iria se referir à ele como se o conhecesse.

— Tudo bem. — riu baixinho. — Temos muito o que fazer, vamos.

— Não. — riu nervoso. — Esse sonho já tá maluco demais, acho que quero acordar. Antes eu tava na minha casa. — apontou para o prédio atrás de si. — De repente fui às cordilheiras dos Andes e agora tô aqui! É loucura demais pra um sonho só, eu até sinto enjoado.

— Ah, sim. Não está acostumado com viagens do tipo, havia me esquecido disso. — deu um passo para se aproximar dele e tocar sua cabeça, mas o menor deu um passo para trás, afastando-se. — Só vou tirar sua ânsia.

— Vou acordar. — virou as costas para o outro e começou a andar de um lado para o outro. — Preciso acordar. — ele se beliscou com força demais e ficou indignado que realmente sentiu dor. — Aiyo! — olhou para o vermelho no braço, arrependendo-se imediatamente daquilo.

...

*Xiancheng: Cavelheiro. Forma respeitosa de referir-se à um homem.

** Lao: Honorífico prefixal ou sufixal para referia-se a alguém de cargo alto ou mais velho que si.

GOD || YiZhanOnde histórias criam vida. Descubra agora