Xiao Zhan acordou primeiro e viu o mais novo sentado na cadeira, enquanto sua cabeça estava apoiada em si e ele segurava sua mão. Dormia tranquilamente. Era domingo, então ele não precisava acordar cedo para trabalhar ou estudar.
O Deus se sentia um pouco culpado por ter acabado deixando que Yibo se apegasse a ele de tal forma, mas era inevitável, ele também gostava de estar perto daquele humano. Não só porque ele lembrava daquela pessoa querida, mas também porque Yibo era bom verdadeiramente e via pureza nele.
Com muito cuidado, Xiao se levantou e deixou o mais jovem descansar mais. Iria até o corredor buscar algo bom naquelas máquinas bastantes úteis que os humanos haviam criado. Saiu silenciosamente do quarto e caminhou pelos corredores tranquilamente, com as mãos nos bolsos do pijama hospitalar. Era domingo, sete da manhã, não haviam tantas médicos ou pacientes circulando por ali.
Quando chegou à uma máquina, tirou uma moeda do bolso e colocou nela, escolhendo um chocolate. Até inclinou-se um pouco para frente para poder ver aquele arame de alumínio girar e empurrar o pacote para baixo.
— Não acha cedo pra comer chocolate? — um garoto perguntou quando parou ao lado de Xiao. Ele era mais baixo, talvez até um pouco mais baixo que Yibo, provavelmente era mais novo também.
— Se eu morrer em breve, não vou ter aproveitado direito os últimos dias. — riu baixinho e abaixou para pegar o doce, quando levantou e virou-se para olhar o garoto, sua atenção foi chamada para quem estava atrás dele. — Oh. — ficou surpreso, mas sua expressão era quase de pena. Ele suspirou. A figura que vestia tudo preto estava ali.
— Tem razão. — o garoto sorriu. — Me chamo Wang Haoxuan. — ele tirou uma moeda do bolso também e pegou o mesmo doce que Xiao Zhan. — Eu vou morrer em breve também.
— Chamo-me Xiao Zhan. — fez uma curta reverência. É claro que ele sabia que o garoto morreria em breve, a morte estava bem atrás dele, aquilo significava que ele tinha pouquíssimas horas de vida. — Quantos anos tem?
— 18. — pegou o chocolate na máquina e virou-se para ele. — Mas tudo bem, eu já sabia que isso ia acontecer desde que eu nasci.
— Não está chateado?
— Eu fiz meu melhor e meus pais também. — sorriu, mas parecia triste. — Não culpo ninguém, já fiquei ressentido com o universo por muito tempo, agora fiz as pazes com ele. Confesso que queria viver mais, mas eu acho que vou ter outra vida e nela serei saudável! Pelo menos foi esse meu desejo quando caiu uma estrela cadente ontem.
— É claro que vai. — assentiu minimamente. — Você merece.
— E você? Vai morrer também? Tipo... Logo?
— Eu não sei. — olhou para a morte atrás dele. — Isso depende do destino. — a figura encapuzada retirou o que cobria parte do seu rosto para olhar melhor Xiao. Parecia que aquele homem de cabelos enormes estava curioso com como alguém podia vê-lo.
— Eu sinto ela, sabia? — Haoxuan disse, aquilo fez o Deus olhar para o garoto. — A morte.
— É mesmo? — que curioso, pensou.
— Já faz três dias que eu tenho essa sensação. Pelo menos eu não me sinto sozinho se ela me acompanha.
— ... — Zhan estava um pouco surpreso, o homem alto atrás do garoto também parecia assim. — E dói morrer?
— Sim. — assentiu. — Mas é por causa da minha doença.
— Entendi. — abaixou o olhar. — Bom... Eu tenho que voltar, alguém me espera.
— Tudo bem. — acenou para ele, fez uma reverência e saiu para o caminho oposto de Zhan.
— Muitas pessoas sentem você? — Xiao Zhan perguntou antes que a morte acompanhasse o garoto, ele virou para olhar Zhan.
— Não. — respondeu sério, ele sempre era sério. — Não tão próximo como esse garoto.
— Imaginei.
— E ninguém me vê. Então, quem é você?
Xiao Zhan olhou para os lados, o corredor estava vazio e o garoto já tinha desaparecido na esquina do outro corredor. Aproximou-se um pouco do homem alto para sussurrar:
— Eu sou.
A morte franziu o cenho e demorou um pouco para entender.
— O que está fazendo aqui? — indagou quando entendeu.
— Cuidando de um humano.
— Você não vai morrer. — seus olhos caíram sobre a mão direita do mais velho, a mesma que segurava o chocolate ainda fechado. — Não tem uma marca. Todos humanos têm marcas que sinalizam o tempo restante de vida e você não tem nenhuma.
— Imaginei. — sorriu. — O destino é estranho mesmo. — agora Xiao quem olhava para a mão do homem. — Você vê marcas da morte e eu vejo da vida.
— O que isso significa? — olhou para a própria mão, mas não via nada.
Xiao Zhan não respondeu nada, apenas sorriu e saiu dali após fazer uma curta reverência.
Wang Haoxuan, por sinal, voltou para aquele corredor que estava vazio aos seus olhos, o Deus já havia ido embora. Ele olhou por toda volta e suspirou confuso. A morte apenas o olhava.— Que estranho... — o garoto sussurrou para si mesmo. — Tive a sensação de que esqueci algo.
O homem alto encarava atentamente as reações do menino com pouco tempo restante de vida.
— Dona morte, você se distraiu por acaso? — perguntou aos ventos. — Porque eu parei de te sentir por perto. — riu consigo mesmo e voltou para seu rumo.
Era impressionante quando um humano era tão sensitivo.
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GOD || YiZhan
FanfictionWang Yibo acabou questionando e ofendendo a Deus, o que levou ao próprio aparecer em sua porta numa madrugada. ⚠️: Todas histórias, lugares, personagens, religiões e situações são fictícias. Inspirado em "Desgraça ao seu dispor".