GOD || YiZhan

um Deus com alma gêmea

— Nesse caso, almas gêmeas têm marcas idênticas. — aquilo fez com que um silêncio  se instalasse entre eles.

— Espera... Almas gêmeas existem?

— É claro. — assentiu, recostando no banco e cruzando as pernas. — Mas é ainda mais difícil encontrar a alma gêmea quanto encontrar um trevo de quatro folhas. A probabilidade é um em trilhões.

— Por quê? — o humano parecia realmente sério com aquele assunto, ele não estava só curioso agora, mas também mais quieto.

— Porque há milhares de universos. Cada alma de cada ser foi feita de uma estrela, na verdade uma estrela pode fazer de duas à quatro almas, é por isso que existem as almas gêmeas. Mas elas vão sempre para um canto cada.

— Então almas gêmeas podem ser mais de uma, dependendo de que estrela a pessoa veio?

— Sim. Pensou que apenas duas pessoas podiam amar entre si? — olhou o garoto.

— Eu não sei... Eu nunca... Pensei sobre isso.

— Essa Terra ainda é jovem, vocês humanos são jovens também, não são tão abertos ainda.

— Entendi... — suspirou, também recostando no banco. — Já encontrou a sua alma gêmea?

— Eu não sei. Eu nunca vi a minha própria marca.

— Por quê?

— Deuses são mais altruístas do que egoístas, nós não fazemos nada por nós mesmos. Não podemos ver, porque o destino quis assim.

— Faz sentido... — quanto mais Xiao Zhan contava sobre tudo, mais Yibo ficava pensativo. Então almas vinham de estrelas? O quão literal era aquilo? Sempre teve dúvidas sobre isso.

— Vêm de estrelas porque as estrelas têm muita energia acumulada. — como se escutasse os pensamentos do Wang, Xiao respondeu. — É só por isso.

— Como você...?

— ... — deu de ombros e não respondeu nada.

— Como é minha marca?

— É destro ou canhoto? — indagou.

— Ambidestro... — murmurou.

— Então sua marca está sobre o coração.

— Como assim?

— Bom, se uma marca está na mão direita, então a pessoa é destra, assim com canhoto também. E se a pessoa é ambidestra, então ela está sobre o coração.

— Faz diferença?

— Na verdade, não muita. É só algo que acontece por acaso. — deu de ombros mais uma vez. — Eu também sou ambidestro, então minha marca é no peito. — tocou o próprio coração.

— Nunca esteve curioso sobre isso?

— Um pouco.

— Nunca viu a marca daquela pessoa que gostava?

— Eu era humano, e não tem exatamente como eu ir atrás dessa pessoa. Ela é de outro universo.

— As almas ficam presas nos universos em que são mandadas?

— Você sabe que eu não deveria te responder esse tipo de pergunta, não é? — olhou o Wang.

— Você já tá me contando tudo mesmo... — fez um beicinho, abaixando o olhar.

— Isso vai depender do destino. — voltou a responder. — Ele quem sabe que alma pode circular livremente ou deve ficar naquele universo. Eu, por exemplo, só posso ficar neste universo.

— Não se sente preso?

— Não. — sorriu minimamente. — Eu tenho os humanos.

— É... — olhou para o lado. Xiao Zhan era bastante adorável quando falava dos humanos, mas o Wang não podia deixar isso transparecer em seu rosto, por isso desviava o olhar. — Mas eu quero saber da minha marca, como ela é?

— Eu acho que... Seria um pouco estranho. Ninguém sabe como é a própria marca.

— Não acha injusto? — cruzou os braços. — Se você não sabe sua própria, como vai encontrar sua alma gêmea?

— Quer encontrar a sua?

— Não foi isso o que eu disse.

— ... — Zhan riu baixinho. — Você não precisa usar os sentidos empíricos para encontrar algo que já faz parte de você.

— Ah... — suspirou. — É torturante.

— Eu confio no destino, sei que todos sempre encontram a alma gêmea quando estão no final de suas reencarnações, se estão perto de virarem Deuses ou qualquer outro ser que o destino queira.

— Então, só depois de milhares de vidas você encontra a sua alma gêmea?

— Quem sabe? — sorriu.

— Aquela pessoa era sua alma gêmea?

— Eu não fiquei tempo o suficiente com ela para ter certeza disso.

— Como sabe de tudo isso?

— Porque depois que se vira um Deus você se lembra de tudo.

— Era óbvio. — bateu levemente em sua própria cabeça como se se castigasse por ter sido um pouco lento.

— Você diz que tudo é óbvio.

— E é mesmo! Mas nós humanos somos tão burros.

— Eu não diria burros.

— Jovens?

— Isso. — assentiu.