crises et chocolat

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08 — nem todo adeus é um adeus

wooyoung

Os nós dos meus dedos estão avermelhados quando ponho uma guirlanda de flores na cabeça de San. Ele sorri de um jeito tímido, meio sem jeito inclina a cabeça para trás e agradece. Em meio as piadas de Mingi, eu tento lhe tecer elogios que possam soar menos frívolos. Ele tem andado meio para baixo ultimamente. Mesmo que não vá adiantar muito, deixo um beijo rápido e barulhento na sua bochecha esquerda.

— Quando vamos cortar o bolo? — Beomgyu questiona.

— Você só veio pelo bolo? — viro o rosto na sua direção.

— Sim, basicamente — ele sorri de orelha a orelha e dá um gole no copo com refrigerante de laranja.

— Por que tem bolo numa despedida? — agora é vez de Mingi perguntar.

Sento-me no sofá ao lado de San e solto um suspiro meio cansado. Seonghwa volta do banheiro no mesmo instante e vem sentar conosco e é estranho ter que fazer uma noite de jogos tanto para San quanto ao Hwa, pois irão dar início aos seus serviços militares daqui a dois dias. Então, naturalmente, estamos tentando fazer com que curtem bastante antes de começarem.

— Eu ia te responder, Mingi, mas eu não vou te dar o gostinho de me irritar — reviro os olhos. Quando me estico para pegar a tigela de batatinhas, escuto Yeosang dizer para Hwa que ele parece muito fofo com o corte de cabelo. — Ah, gente. Não esqueçam de acessar o QR Code que está circulando e votar no melhor cabelinho cortado.

— Eu tô parecendo um frango tosado — San comenta ao meu lado.

Na mesma hora, Beomgyu cai na gargalhada, assim como o bananão do Mingi. Os dois são as pessoas mais ridículas do mundo.

— Não ligue para isso, hyung — Xion interpreta que é sua vez de puxar o bloco da torre de Jenga que estamos jogando. — Não é algo ruim. Você nem está feio. Não é, Wooyoung?

— Pois é — cutuco sua barriga com meu cotovelo. — Eu sinceramente acho impossível você ficar feio. E quando está com o cabelo assim bem cortado, seus olhos bonitos ganham mais destaque, sabia?

San balança a cabeça positivamente, mas não muda muito a expressão.

— Quem não votar em mim, eu vou dar um cascudo — Seonghwa prontamente se levanta.

Eu poderia tentar dizer que as coisas devem ser feitas de maneira democrática, mas estou um tanto cansado e deixando tudo acontecer do jeito que aparecer. Sem contar que, como eu fiz o formulário, eu posso muito bem roubar e colocar San como ganhador. Isso vai aumentar a moral dele, sabe? A ideia de passar tanto tempo servindo o exército é algo que ele detesta. E até pouco tempo nem achávamos que Seonghwa também estava com o serviço pendente. Agora os dois vão juntos. Por mais que talvez não estejam na mesma função, é algo positivo ter alguém próximo por lá.

— Sua vez, Hwa — Yeosang aponta para a torre que está implorando para cair.

Seonghwa senta novamente e inclina o corpo para puxar um bloco. Ele não pensou muito antes de fazer isso, porque no instante em que toca na peça, a coisa toda desmorona na nossa frente. San solta uma pequena risada, já Xion tenta segurar os blocos para que não se percam debaixo dos móveis pelo chão.

— Já é a terceira vez que Hwa derruba a torre — Mingi pontua. Ele vem engatinhando para montar de novo, mas no meio do caminho passa por mim e faz questão de empurrar minhas pernas.

E, sim, já tem uns meses desde que, sabe, fizemos aquilo juntos. No início ele brincava de fazer coração para mim e até mesmo comentários sobre o que de fato aconteceu. Mas diminuiu com o caminhar do tempo, ainda mais porque em todas as vezes eu o ameacei bater ou expulsar da minha casa ou restaurante. Então sua nova forma de me provocar é fingir que não se importa comigo e isso inclui empurrar minhas pernas que estavam no seu caminho. Mas isso não é problema nenhum quando eu tenho a chance de lhe dar um empurrão na bunda com o pé.