nós podemos aprontar no banheiro?

456 98 63
                                    

Quando acordo, abro os olhos e por um segundo não sei onde estou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando acordo, abro os olhos e por um segundo não sei onde estou. Mas reconheço o teto e a parte superior da janela do apartamento do San, por isso sinto-me mais calmo. Uma movimentação chama atenção ao meu lado, então viro o rosto para olhar. San está agachado, grudado no sofá onde dormi, e tem uma caneta hidrocor na sua mão resvalando pelo gesso no meu braço direito. Ele sorri para mim.

— Finalmente você acordou — beija a minha testa. — Eu desenhei um pouco aqui, espero que não tenha problema.

Eu desço o olhar para o meu gesso e percebo que não usou só hidrocor preto, mas de outras cores também. Ele escreveu palavras em inglês e fez alguns desenhos de coisas cotidianas e fofas, como ursinhos, um barco, coração, plantas... 

— Posso desenhar um pinto? — San ainda questiona. 

— Você tem dez anos? 

— Não. 

— Então não desenhe. 

Ele sorri e estica a mão para esfregar na minha bochecha. 

— Desculpa dizer, Wooyoung, mas você está com uma cara péssima. 

— Obrigado por destruir minha autoestima, San — fecho os olhos outra vez, porque ainda estou cansado e sinto que posso cochilar mais um pouco. 

San aparentemente se afasta de mim, enquanto isso eu caio no sono outra vez. Quando acordo, não sei que horas são, mas vejo a imagem do San deitado no chão da sala, olhando para o teto, brincando com uma bolinha nas mãos e cantando uma música que está tocando. Olhando melhor, eu acho que ele está chorando, porque sua voz está claramente instável e algo está sendo refletido do seu rosto pela luz da sala, provavelmente algumas lágrimas. 

— San? O que teve? 

— Nada — senta-se assustado, limpando os olhos com as costas das mãos. A bolinha é deixada no chão.— Você já acordou? Vamos te dar um banho. 

— Não até você dizer o que houve — apoiando-me com apenas uma mão, me esforço para sentar no sofá. — Me diz. 

— É algo bobo. 

— Mesmo assim. 

— É que de vez em quando eu choro escutando músicas sentimentais. Não é que eu esteja sentindo algo, elas que me fazem sentir e eu fico triste pelas histórias. Então eu acabo chorando, embora nunca tenha passado por aquilo. 

— Que susto, Sannie — solto um suspiro de alívio. Pensei que tinha alguma coisa errada com ele. — Se tiver algo de errado, você pode me falar, tá? 

— Você não faz o mesmo por mim — eu sei que ele diz isso sem querer, porque depois que termina de falar, levemente arregala os olhos como se estivesse assustado, e se levanta do chão. San visivelmente se incomoda com a situação, tanto que finge ir pegar algo na cozinha, mas para no meio da sala e volta a me olhar. E então desliga o som. — Olha... foi mal. Eu não deveria ter dito isso assim.

crises et chocolatOnde histórias criam vida. Descubra agora