Capítulo Vinte e Oito

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Foi estranho quando acordei, não esperava encontrar os dois ali, me observando enquanto dormia. Puxei o edredom, cobrindo minha cabeça, não imaginava que eles ainda continuariam ali, achei que assim que dormisse eles voltariam para seus quartos.

Após ter aquele orgasmo ontem anoite, eu esperava me sentir enojada comigo mesma, ou me arrepender de ter feito aquilo — como aconteceu em todas as outras vezes que tive experiências parecidas —, mas eu não me sentia daquela forma, eu me sentia bem, pela primeira vez, foi bom, mesmo não havendo penetração, foi muito bom.

— Bom dia, Viv — Will disse, em pé, parado à beira da cama, abotoando sua camisa, ele já estava vestido a calça da noite anterior e quase todo o resto do seu traje.

Henry estava sentado ao meu lado na cama, assim como Will, já estava vestido, a não ser pelo fato de que não havia nada cobrindo o seu tórax. Olhei para o relógio, tentando acostumar-me à minha visão com a claridade do local, ainda estava cedo, Raquel viria somente uma hora depois.

— Iriam sair enquanto eu ainda estava dormindo e me deixariam sozinha aqui? — Questionei, me sentando na cama, puxando o edredom e cobrindo meu corpo nu.

— Não, claro que não — Henry disse, aproximando a mão de meu cabelo, o acariciando. — Mas não é bom que nos encontre em seu quarto, ainda mais tão cedo.

— Ainda está cedo, tenho certeza de que ninguém irá aparecer — falei, me permitindo desfrutar do carinho que Henry fazia em meu cabelo.

— Temos alguns afazeres agora pela manhã, antes de te levarmos a confeitaria — Will respondera, sentando-se na cama, levando uma de suas mãos até meu pé, apertando-o.

— E quais seriam esses afazeres? — Perguntei com certo interesse, me debruçando sobre a cama.

— Temos que visitar algumas pretendentes — Will dissera, Henry o fulminou com o olhar, o que fez o loiro ficar inquieto.

Segurei o punho de Henry, afastando sua mão de meu cabelo, encolhi minhas pernas, as deixando mais perto de meu corpo, as deixando longe de Will. Sabia que não devia sentir ciúmes, mas não consegui evitar de sentir. Procurei pelo quarto meu robe, ou qualquer coisa que pudesse usar para me manter vestida, o avistei posto por cima do encosto de uma das cadeiras do quarto, o qual estava completamente bagunçado, tinha várias peças de roupas espalhadas no chão. Levantei-me da cama, enrolada no edredom, caminhando até a cadeira, deixei que o edredom caísse até o chão, vesti o robe que estava sobre o encosto da cadeira, senti os olhares de ambos sobre mim.

— Ah, certo — disse, começando a soltar os grampos do cabelo, os quais haviam me dado dores de cabeça durante a noite toda. — Acho que seria correto se conversássemos sobre isto.

— Achei que falaríamos sobre isto ontem — Henry falou, o observei pelo reflexo do espelho, enquanto deixava os grampos sobre a penteadeira, ele estava colocando sua camisa.

— Nem tudo saiu como o planejado — falei, abrindo uma das gavetas da penteadeira, pegando uma escova, começando a desembaraçar meu cabelo.

— Acho que devíamos conversar sobre os limites de cada um antes de tentar ter qualquer tipo de relação libidinosa entre os três — Will disse, eu me virei para fitá-lo, me apoiando na borda da penteadeira de madeira, e fechando o robe de seda.

— Se arrepende? — perguntei, parando de escovar as pontas do cabelo.

— De maneira alguma — percebi que prendia a respiração somente quando Will respondera, Henry concordou com sua fala com um gesto de cabeça. — E você, se arrepende de algo?

— Não — disse, observando as pontas de meus cabelos.

Nem se quisesse me arrependeria.

— Não foi correto o que fizemos ontem — Henry começou a falar, seus dedos começaram a contornar o bordado da fronha de meu travesseiro —, devíamos...

Um Amor e Três Altezas (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora