Capítulo Vinte e Sete

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Assim que entrei na carruagem o cocheiro fechou a porta, nós três estávamos sozinhos, e eu sabia o que poderia acontecer naquele momento, e uma parte de mim — uma grande parte — queria que aquilo acontecesse.

— Devemos esperar Diana? — Will perguntara, assim que me sentei à frente de ambos.

Se Diana estiver presente, provavelmente não conseguirei conversar com eles referente a proposta que me fizeram alguns minutos antes.

— Não acho que ela queira voltar agora — disse.

— Mas ela é sua irmã, ela deveria voltar com você, sua responsabilidade — Henry falou, me fazendo revirar os olhos.

— Eu sou irmã dela, não a mãe, não fui eu quem a colocou no mundo para ser minha responsabilidade, ela sabe se cuidar — falei, senti o corset pinicar embaixo de meus seios, fiz uma sutil careta e segurei a saia de meu vestido para não mexer no local. — Acho que essa noite, Will, como seu acompanhante devia estar responsável por ela.

— Ela irá me odiar, não é? — Ele questionou, demonstrando um pouco de preocupação, e talvez um pouco de medo de Diana.

— Ela me odeia mais, não se preocupe com isso — falei, vendo-o abrir um sorriso um pouco aliviado.

— Não quer esperar Diana, pois ela não quer voltar nesse exato momento e se importa com a forma de como sua irmã se diverte, ou é por outro motivo? — Henry questionou, assim que a carruagem começou a se deslocar.

— Acho que todos nós sabemos a resposta para essa pergunta — respondi, abrindo um sorriso, os olhos de Henry estavam semiabertos enquanto me encarava. — Em qual momento começaram a me tratar com certa informalidade?

— Talvez quando ficou a sós conosco pela primeira vez — Henry respondeu.

— Se sente incomodada em não te tratarmos de forma protocolar?

— De forma alguma — respondi. — Posso perguntar algo?

— Claro, milady — Will falou.

— Talvez eu pareça um pouco tosca e ingênua em fazer essa pergunta, mas, homens sentem mais prazer quando tem relações sexuais do que as mulheres? — Estava um pouco envergonhada em fazer aquela pergunta.

— Acho que não entendemos, mon chéri.

— É que... — estava tentando criar coragem para continuar minha frase, me arrependera no mesmo instante em que abri minha boca para perguntar. — Nos livros que leio, todas as cenas eróticas apenas demonstram o que o personagem masculino sente, e nunca o contrário, então deduzi que homens sentem mais prazer em atos assim do que as mulheres.

Eu já havia tido experiências sexuais antes, mas nenhuma vez eu soube o que era sentir prazer, via a expressão que Miguel fazia toda vez que chegava ao clímax, mas eu nunca pude desfrutar da mesma sensação que ele, nunca fora algo bom o que eu sentia.

— Quando se toca... o que sente? — Henry perguntou, parecendo um pouco mais interessado nesse assunto.

— Essa pergunta foi um tanto quanto inapropriada, Henry — disse, arrumando as luvas na parte do pulso.

— Então você entendeu o que quis dizer? — soltei um estalo com a língua e curvei meus lábios em um sorriso como resposta para a sua pergunta. — Não imaginei que entenderia.

— Não sou nenhuma depravada se é isso que está pensando. — Henry balançou as mãos em sinal de negação.

— Isso nem passou pela minha cabeça. Não é porque é algo comum entre os homens, entre garotos — ele se corrigiu —, que se uma mulher fizer vou julgá-la ou a interpretar de maneira errada. É algo completamente normal, as pessoas que veem com maus olhos.

Um Amor e Três Altezas (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora