Tudo de Você em Mim

Capítulo 15

Marcel Castillo

Não, eu não estava gostando da Nihan, a cena no corredor foi para causar ciúmes em Rebeca, eu queria que ela sentisse na pele o que me fez sentir na porra daquele avião.

Vamos começar do jeito certo, já sabem meu nome, tenho trinta e oito anos e já fui casado, sim eu já me apaixonei uma vez! Mas desde que conheci a Rebeca eu me apaixonei novamente. Nos conhecemos através de seu pai, sempre trabalhei na máfia, meu pai era sócio de Alph e quando ele foi assassinado, eu fiquei em seu lugar. Minha função ali era manter a ordem e dar algumas aulas de tiro, sem querer me gabar mas eu sou o melhor atirador daquele lugar.

Eu perdi o meu pai em um tiroteio, e pasmem, o meu pai também era o melhor; eu e ele sempre fomos muito próximos, minha mãe faleceu quando a minha irmã mais nova nasceu. E depois que eu perdi ambos, eu fiquei responsável pela caçula, minha irmã é tudo o que eu tenho e vou fazer de tudo para protegê-la, seja lá de quem for.

Quando conheci a Rebeca ela estava entrando no ramo da arquitetura, e logo quis abrir a própria empresa, mas como o pai dela era um pé no saco e não quis ajudá-la no capital de giro, eu me ofereci para ajudar. Foi assim que me tornei sócio da Caccini Arquitetura e lá sou responsável pelo financeiro. Apartir daquele dia Rebeca e eu nos tornamos melhores amigos, e eu prefiro mantê-la perto apenas como amiga, do que longe.

Enquanto esperava Rebeca terminar de se arrumar para sairmos, recebo uma ligação de Alph, já estava demorando pra ele me encontrar. Pego meu celular que tocava insistentemente, penso em recusar mas ele não me deixaria em paz.

- Fala comigo Alph - atendo e digo sem rodeios. - Seja breve, eu estou ocupado.

- Castillo, já cumpriu a sua missão? - ele questiona e em seguida de um riso. - Temos pouco tempo, logo terei que fechar a empresa de cosméticos. Já não está mais sendo útil.

- Eu vou dar o meu jeito, não pressiona. - passo a mão pelos cabelos, nervoso. - Você sabe que eu jamais faria isso com a Rebeca, ela vai me odiar se descobrir. Eu preciso de tempo.

- O tempo está acabando Marcel, tic tac, tic tac.

Ele desliga o telefone e me deixa numa situação nada fácil, Alph era manipulador, ele conhecia meu ponto fraco e sabia muito bem onde mexer quando queria alguma coisa de mim. Já tentei me livrar dele a todo custo, mas ele é pegajoso, e isso me dá nos nervos. Guardo o celular no bolso da calça e vou até a minha mala procurando o meu revólver, é sempre bom sair armado, ainda mais no México onde todo bandoleiro me conhece.

- Pra que a pistola? - Rebeca me pergunta, em seguida seca os cabelos com uma toalha.

- Eu gosto de andar previnido. Vai demorar? - questiono guardando a arma na cintura.

- Não, mais uns quinze minutos. - ela diz e tira a toalha que cobria seu corpo ficando completamente nua. - Você se importa? Já me viu nua muitas vezes.

- Não, não me importo! - digo fingindo não dar a mínima para aquela mulher linda e gostosa, em minha frente. - Se arruma logo, não quero ir muito tarde.

Saio do quarto dando de cara com Dante, ótimo, era tudo que eu precisava. O homem me encara com desconfiança como se eu tivesse cometido um crime, eu não suporto esse cara. Dante e eu nunca seremos amigos, se depender de mim, nunca mesmo. Um homem que abandona a mulher por quem se diz estar apaixonado não merece meu respeito, mulher nenhuma merece sofrer por amor.

Por este motivo que eu defendi a Nihan, eu não suporto ver nenhuma mulher sofrer, minha irmã sempre se envolve com homens que não valem nada, já a vi chorando por amores rasos. E o único que estava ali para abraça-la e confortar o seu coração, era eu. Por isso volto a dizer, nenhuma mulher merece sofrer por amor.