Capítulo 24

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Rebeca Caccini

Aquelas confissões de meu pai me fizeram ter empatia por ele, a única coisa que consegui fazer foi me levantar e abraça-lo. Eu achava que meu pai era uma pessoa ruim, do coração de pedra e agora eu posso enxergar ele com outros olhos. Meu pai era bom, e o melhor de tudo era que ele me amava.

Enquanto eu estava ali envolta em seus braços, pude sentir o carinho dele por mim e o quanto aquele amor era reprimido. Pela primeira vez eu o vi chorar, não pela perda da mulher que amava mas por estar ali comigo e me ter de verdade, como filha.

Desfiz o abraço e olho para ele, seus olhos estavam avermelhados e com um brilho diferente. Voltei a me sentar ao lado de Dante, meu pai tira do bolso do casaco que vestia um envelope e coloca sobre a mesa empurrando o papel até mim.

— Aqui estão duas passagens para o Caribe — ele diz e em seguida seca o rosto com as mãos. — Vocês precisam sair daqui, ir para outro lugar.

— Não, pai! — digo tentando assimilar tudo. — Não vou te deixar aqui sozinho com esse homem querendo te matar, sem chance.

Alph se levanta e começa a andar e um lado para o outro.

— Eu não vou estar sozinho, eu tenho o Marcel que é o meu braço direito.

— Pai, o Marcel é meio estabanado.

Olho para a porta e vejo meu amigo parado de braços cruzados.

— Obrigada pela parte que me toca — ele diz se aproximando. — Se quer saber, eu já tirei o seu pai de tanto buraco.

Os dois se olham e Marcel pisca para o meu pai, eu adorava a amizade dos dois, eu sabia que com ele ali meu pai estaria seguro.
Dante que estava calado até o momento, se levanta do sofá e faz um questionamento.

— Você acha que meu avô não vai me procurar, assim que souber que eu sumi?

Olho para meu pai que parecia pensativo com a pergunta de Dante.

— Dante tem razão, pai. — me aproximo de Dante e seguro sua mão. — Kemal vai até o inferno para nos encontrar.

— Vocês estão certos, mas eu o manterei ocupada por um longo tempo. — Alph olha para Marcel com um sorriso de canto.

Aqueles dois com certeza já haviam pensado em cada detalhe do plano.

Depois de esclarecer todos os detalhes da viajem, meu pai e eu nos despedimos e ele seguiu seu caminho de volta para a sua vida. Dante foi para casa pois precisava pegar alguns objetos pessoais. Ficamos no apê Marcel e eu, meu amigo estava encostado na porta com os braços para trás. Ele me observava enquanto eu arrumava as malas, seu olhar estava perdido.

Me sento na cama e o chamo para se sentar ao meu lado, ele se aproxima e se senta.

— Por que está assim? — ele permanece de cabeça baixa, olhando para o chão. — Ei — seguro sua mão e viro seu rosto para mim. — Eu não vou te abandonar, é uma promessa.

— Eu vou sentir saudades. — Marcel sorri de canto e seus olhos ficam marejados. — Você é minha melhor amiga, não estou pronto pra ficar longe de você.

O puxo para perto e ele deita sua cabeça em meu ombro.

— Meu bebezão, vou te amar pra sempre!

— Eu também vou te amar pra sempre, quando você voltar eu vou estar aqui pra você.

— Eu sei que vai, vou sentir sua falta, manterei contato.

— Promete?

— Eu prometo!

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