Capítulo 13

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- Está se sentindo melhor? - Marcel pergunta ainda abraçado a mim.

Apenas balanço a cabeça em positivo, olho ao redor e vejo meu escritório destruído cacos de vidro espalhado por todo o chão, meu material de trabalho estava todo espalhado pela sala. Mas digo que surtar as vezes pode ser bom, eu estava me sentindo aliviada, eu precisava me livrar daquela angústia que estava me assombrando.

- Olha a sua mão, você se cortou - meu amigo se levanta e pega o kit de primeiros socorros que eu guardava em uma das gavetas. - Vamos dar um jeitinho nisso.

Enquanto ele cuidava dos meus ferimentos, percebi o quanto Marcel era cuidadoso comigo. Ele sempre fez de tudo para que eu me sentisse bem e confortável, acho que sem ele eu não teria nenhuma razão pra estar aonde estou.
Ele termina o curativo e me ajuda a se levantar do chão, ficamos tão próximos um do outro que pude sentir sua respiração bater em meu rosto, seus olhos me olhavam com carinho, mas era diferente.

- Me diga garota, eu devo te esperar ou te esquecer?! - ele diz sem desviar o olhar.

- Marcel, eu..

- Não precisa responder, foi uma pergunta retórica. - ele afasta uma mexa de cabelo do meu rosto. - Eu sei que não tenho chance, agora vamos temos uma reunião.

Sinto meu coração se apertar dentro do peito, Marcel não merece se sentir assim.

- Assume pra mim, eu quero ir pra casa - me afasto dele caminhando em direção a saída.

- Claro, vai tranquila. - ele me lança um meio sorriso. - Não esqueça da nossa viagem pro México, amanhã às oito no aeroporto.

Aceno com a cabeça e saio da sala, caminho depressa pelo corredor não queria encontrar com Dante, não queria que ele me visse naquele estado. Já do lado de fora entro no carro da empresa e peço para o motorista me levar até o meu apart, eu estava sem condições de dirigir.

Enquanto não chegamos deixei a minha mente viajar um pouco, e lógico que a primeira coisa que eu pensei foi em Dante. E percebi também que tudo aconteceu depois que ele voltou, a minha vida virou de cabeça para baixo desde que ele retornou. O inferno que meu pai faz na minha vida já era de praxe, eu deveria estar acostumada mas toda vez ele haje diferente, tenho a impressão de que ele não tem um pingo de amor por mim.

Quando cheguei em casa fui direto para o meu quarto, eu precisava de um banho e fazer as minhas malas para a tal viajem. Marcel nos informou que alguns sócios queriam fechar negócio e para isso precisaríamos ir até o México, e até então iríamos Marcel, eu e Dante, espero que essa viajem me faça esquecer um pouco dos meus problemas.

Sai do banho e vesti uma roupa confortável, me dirigi até a cozinha e comecei a preparar um macarrão instantâneo, quando voltei pra sala escuto a campainha tocar. Quando abri logo meu coração se encheu de alegria, e me joguei nos braços da mulher a minha frente.

- Asli, que saudade. - a mulher me envolvia num abraço e afagava meus cabelos. - Entra, por favor!

Ela entra e se senta no sofá, Asli era a mulher que cuidou de mim quando eu era criança e eu sempre a vi como uma figura materna, sempre me deu concelhos e ouvia meus desabafos. Ela sempre esteve lá por mim, e eu sou eternamente grata ela por isso.

- Como soube que eu precisava de um conforto? - digo me deitando em seu colo, e ela fazia cafuné em minha cabeça.

- Eu senti minha menina, me conta o que te está afligindo o seu coração? - ela diz e deixa um beijo em minha testa. - Consigo sentir a sua angústia.

- Dante voltou, e desde quando ele chegou tudo desmoronou sobre mim. - explico, sentindo meus olhos se encheram de água. - Ele está noivo de outra mulher, ele não é mais o meu Dante mas eu ainda o amo, Asli, o que eu faço? - questiono, me levanto de seu colo e me sento cruzando as pernas. - O meu coração ainda arde por ele, a minha alma queima quando eu o vejo.

Asli me olha com carinho e coloca o dedo indicador sob meu queixo o erguendo com delicadeza.

- Lute por ele, ele ainda não se casou, e tenho certeza que ele também arde de amor quando te vê. - ela sorri com ternura, Asli era uma mulher muito sábia. - Você tem o meu total apoio, e esqueça as ameaças de seu pai ele é só um velho amargurado, não sabe o que é amar e nunca saberá.

A abraço com mais força, ficamos conversando por mais algum tempo e conto a ela da viagem a mesma se oferece para me ajudar a fazer as malas, fomos para o meu quarto e pego a maior mala que eu tinha e começamos a arrumar. Foram algumas horas até que estava tudo organizado, Asli tinha ido embora e eu estava sozinha novamente, eu e meus pensamentos.

[...]

- Vamos perder o vôo! - digo impaciente, enquanto esperávamos Dante no aeroporto.

- Calma ele já chega - Marcel diz enquanto bebe um pouco do café em um copo descartável. - Que café horrível.

- Lá vem ele, já era hora. - fecho a cara quando vejo Nihan em seu encalço. - Só pode ser brincadeira.

Tiro os óculos de sol os apoiando no topo da cabeça, eu não acreditei no que estava vendo.

- E você achou mesmo que ela ia deixar ele viajar sozinho com você?! - Marcel me encara e sorri debochado. - Nem eu deixaria.

- Cala boca, vamos logo não quero ter o desprazer de cumprimentá-la.

Marcel e eu seguimos para a área de embarque e entramos no avião, nossos acentos era um ao lado do outro e para a minha sorte, ou não, Dante se sentou ao meu lado e Nihan ficou sozinha em outro acento, pude ver o ódio tomar conta da noiva de Dante.

O avião estava pronto para decolar e por um impulso eu segurei a mão de Dante que estava sobre o apoio do acento, sinto ele segurar e apertando de leve. Já estávamos no ar e nossas mãos ainda estavam juntas, de vez ou outra ele me olhava de canto e deixava escapar um sorriso.

Tenho a impressão que essa viajem vai ser melhor do que eu esperava.

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