2 - Stagnant

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Dias atuais

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Dias atuais.
- Sicília, Itália.

O dia passou corrido, assuntos e mais assuntos se embolando em minha vida, não me dando tempo nem para foder com alguém, seja no bom ou no mal sentido. Minha cabeça lotou de afazeres e daí não saiu mais, e com isso quase esqueço da festa de hoje. A porra da festa beneficente.

Apesar de contratar pessoas para deixar tudo do meu agrado e possivelmente do agrado dos convidados, eu tinha que estar presente, sorrindo igual um idiota para essas pessoas que só pensam no meu dinheiro e no meu status. São todas interesseiras, claro que são; não é uma festa beneficente que vai mudar esse lado delas.

Antes de qualquer coisa, preciso dizer algo. Há muitos anos estou obcecada pela Little Ghost. O motivo de eu chamá-la assim? Porque ainda não sei seu nome, não sei nada sobre a mulher misteriosa que correu contra mim, mas eu a caço até hoje e não desistirei facilmente da minha presa. Eu sinto que ela sabe que estou atrás dela, e sinto que ela se distancia a cada passo que dou; quando eu acho que estou perto, na verdade estou longe.

Pedi para Miguel verificar isso para mim, o melhor hacker da Itália e da Califórnia, mas adivinhem, o filho da puta não conseguiu descobrir nada, absolutamente nada. Ou ele de fato não sabe ou esse loiro está brincando com a minha cara e escondendo algo, ele não seria louco de esconder algo, não de mim. Pelo menos eu acho que não.

Cá estou eu, em uma sala minúscula tentando resolver alguns assuntos, mais deles, na verdade, impertinentes que acabaram de surgir. E claro que esse trabalho é para o Carter. Enquanto eu falo o que é para ele descobrir, o loiro está debruçado sobre a mesa, inalando suas substâncias.

— Já falei que essa porra vai te matar - disse ríspido, tragando um pouco da minha nicotina. Há muito tempo parei de beber e me drogar como Miguel e Jason fazem, motivos maiores: meus irmãos mais novos.

O loiro riu, negando com a cabeça e logo a levantando enquanto esfregava o nariz, puxando a respiração forte. Suas bochechas estão vermelhas, dando contraste à pele pálida que ele tem. Nem o sol da Califórnia pega nesse porra. Fiz uma careta para o mesmo assim que ele abriu um sorriso travesso em minha direção.

— Já ouviu aquele ditado brasileiro? O que não nos mata, nos fortalece? Isso aqui, meu caro amigo - ele apontou para o pó separado em pequenas carreiras em cima da mesa — , é o que me fortalece. Mas enfim, conte-me mais, preciso de mais detalhes antes de começar minha brincadeira.

Carter é brasileiro e italiano, uma putinha de dois países, eu sempre falo isso. E é um dos meus amigos mais leais, sua lealdade vai além do trabalho. Miguel trabalha para mim há muitos e muitos anos, ele sempre me recorda que eu o ajudei em um momento em que a esperança nem fazia mais parte da sua vida, e eu sei que o que ele fala é verdade. Ele, assim como os outros, é a minha família.

Crescemos juntos, caímos juntos, nossas glórias e derrotas são em conjunto, nossas vitórias são compartilhadas, assim como nossas dores e, óbvio, nossa vingança.

ETERNALLY (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora