Capítulo 24 - A Sinfonia Dos Desesperados

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Correndo desesperadamente pela mata densa, seus passos eram incertos e desajeitados. Seus pés estavam descalços, machucados e ensanguentados, e ela sentia a ardência das feridas a cada passo que dava. Seus cabelos, antes impecáveis e brilhantes, agora estavam desgrenhados e cobertos de sujeira, voando ao vento enquanto ela buscava uma rota de fuga.

O vestido de seda branca que usava, outrora símbolo de sua nobreza e elegância, agora estava rasgado e sujo, preso em galhos e espinhos que encontrava pelo caminho. Os traços delicados de seu rosto estavam marcados por suor e lágrimas, e pequenas gotículas de sangue escorriam de seus arranhões, evidência dos obstáculos que enfrentava.

Os sons da floresta a envolviam, folhas secas estalavam sob seus pés, pássaros voavam em revoada assustados com sua presença e os galhos se entrelaçavam, dificultando ainda mais sua fuga. Mas a princesa não desistia, seus olhos azuis brilhavam com uma determinação feroz enquanto Hruna se forçava a continuar.

O medo e a angústia tomavam conta de seu coração, mas ela sabia que precisava encontrar uma saída. Seu coração batia acelerado, ecoando em seus ouvidos, e sua respiração era ofegante. Cada passo que dava era uma luta contra a escuridão que ameaçava engoli-la.

A mata parecia não ter fim, e a princesa sentia como se estivesse presa em um labirinto sombrio e sinistro. A garota não sabia quanto tempo havia passado desde que começara a correr, mas o cansaço começava a pesar em suas pernas. Mesmo assim, não desistia, pois sabia que sua vida dependia disso.

A cada segundo que passava, a sensação de que alguém a observava de perto a atormentava. O ar parecia denso e carregado de energia sombria, e Hruna podia sentir os olhos vazios de Friha a acompanhando em sua fuga. A menor sabia que não podia parar, que precisava continuar correndo para se manter longe das garras do pesadelo que sua própria irmã havia criado.

Sentindo um arrepio percorrer todo o seu corpo quando de repente caiu em um buraco escuro. O impacto da queda foi brusco, e ela se viu submersa em um lago sombrio e misterioso. A água gélida abraçou seu corpo, fazendo-a tremer de frio, enquanto suas roupas molhadas se tornavam ainda mais pesadas. Seus ferimentos arderam intensamente, causando uma mistura de dor e desconforto.

Hruna tentou desesperadamente nadar até a superfície, mas algo estranho parecia impedi-la de subir. Seu corpo parecia pesado como chumbo, e a sensação de ser puxada para baixo a aterrorizava. Seus olhos se abriram amplamente, e se debatia, buscando desesperadamente alcançar a luz acima dela.

O lago era escuro e denso, e a princesa não conseguia ver além das águas turvas. O medo a consumia, a garota sabia que estava sozinha naquele lugar desconhecido. Suas mãos se moviam freneticamente, suas pernas chutavam a água, mas a força que a mantinha submersa parecia invencível.

As águas escuras do lago parecem uma prisão sinistra, e o ambiente ao seu redor é envolto por uma atmosfera macabra. O silêncio pesado é interrompido apenas pelos sussurros ininteligíveis que vieram um atrás do outro, que reverberam nas paredes invisíveis do lago, ecoando como um eco sombrio que só aumenta sua inquietação.

Os sussurros parecem se intensificar, agora quase parecendo vozes conhecidas, mas distorcidas e cheias de malícia. A cada movimento que faz, a princesa sente como se estivesse sendo observada por olhos invisíveis, olhos que a seguem em seu trajeto pela água escura.

Cada bolha que sobe à superfície parece ecoar em seus ouvidos, lembrando-a de que está mergulhada em um lugar de incertezas, onde a realidade se mistura com o pesadelo. Seu coração bate freneticamente no peito, ecoando o ritmo acelerado dos seus pensamentos, enquanto ela tenta se manter focada em sua fuga.

As visões distorcidas começam a se manifestar como flashes sombrios e incompreensíveis, ecoando na mente da princesa com imagens perturbadoras e abstratas. A rosa roxa que sangra parece se contorcer, suas pétalas ganhando vida própria, enquanto o líquido carmesim escorre como lágrimas negras e se espalha pelo chão, como se a própria flor estivesse chorando sua própria morte.

Zhoraha A Sinfonia Do Abismo - Kim Taehyung (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora