Zhoraha A Sinfonia Do Abismo - Kim Taehyung (Livro I)

Capítulo 45 - Imigrantes

4 ANOS ANTES - ARENGARK

No aconchego de seu santuário pessoal, Akemy, com seus quatro anos de idade, encontrava-se em seu quarto exuberante. As paredes revestidas em tons escuros e dourados emitiam uma atmosfera majestosa e acolhedora. Detalhes em ouro reluziam, adicionando toques de opulência a cada canto do espaço. O ambiente era uma perfeita união entre o luxo e a elegância, uma celebração da realeza e de um encanto medieval.

Ao centro, um magnífico dosel enfeitado com cortinas de tecidos nobres enquadra sua cama, um refúgio luxuoso que parece ser retirado de contos de fadas. As colunas esculpidas e adornadas conferem uma aura de grandiosidade, como se a própria realeza tivesse feito morada naquele leito.

A luz suave das candelabras douradas dançava sobre a superfície polida do piso, realçando o brilho das pedras preciosas incrustadas nos móveis elegantes. As estantes escura sustentavam volumes antigos, refletindo o gosto pela sabedoria e pelo conhecimento que permeava a vida da jovem princesa.

No centro do quarto, um conjunto de almofadas estava disposto artisticamente, proporcionando conforto e aconchego. Uma varanda adornada por delicadas cortinas permitia a entrada de uma brisa suave, como um convite à contemplação. Akemy, sentada entre as almofadas, dirigia seu olhar perspicaz para o horizonte, onde o reino de Arengark se estendia em toda sua magnificência.

Seus olhos de um verde profundo brilhavam com uma inteligência precoce, uma janela para um mundo interior onde ideias e teorias dançavam. O brilho em seus olhos não era apenas o reflexo das velas que iluminavam o quarto, mas também o reflexo de uma mente que ansiava desvendar os mistérios que se escondiam além da muralha do reino.

Enquanto Akemy observava o horizonte, sua expressão neutra revelava a seriedade com a qual ela abordava seus pensamentos. Sua curiosidade era vasta como os campos que se estendiam diante dela. Ela absorvia informações como uma esponja, construindo conjecturas e formando uma compreensão única do mundo.

Tal intelecto havia sido transmitido de forma harmoniosa pela herança de seus pais, Retylno e Elinary. O rei, frequentemente observando-a com admiração, reconhecia nela a fusão perfeita de sua sagacidade e da bondade maternal da rainha.

O suave ruído dos portões se abrindo interrompeu os pensamentos de Akemy, tirando-a de sua contemplação. Um sorriso expectante iluminou seu rosto enquanto ela rapidamente se erguia, cuidadosamente deslocando algumas almofadas do seu colo para o lado. Seus olhos brilhavam com a antecipação daquilo que estava prestes a acontecer.

Caminhando até o murinho da sacada, ela apoiou os braços nele, inclinando-se para fora como uma jovem entusiasta prestes a testemunhar algo maravilhoso. Seus cabelos negros esvoaçavam suavemente com a brisa da manhã, emoldurando seu rosto radiante. Aqueles olhos verdes, que pareciam conter o segredo das estrelas, estavam fixos nos portões.

E então, como se a cena estivesse tirada diretamente de um conto de fadas, Akemy viu a majestosa figura de sua mãe, montada em um dos seus magníficos Ytuis. Um enorme urso de armadura dourada imponente, dava passos elegantes e seguros, como se estivesse em perfeita harmonia com o ambiente que o cercava.

Um entusiasmo genuíno brilhou nos olhos de Akemy. Seu sorriso se ampliou até alcançar os cantos dos lábios, revelando a empolgação que percorria todo o seu ser. Um pulinho de alegria se fez presente, quase como uma expressão física do brilho infantil que iluminava sua alma.

No auge da animação, ela não pôde mais conter a energia que a dominava. Dando meia-volta com um movimento cheio de vivacidade, ela dirigiu-se para fora de seu quarto. Cada passo era um reflexo do contentamento que preenchia sua essência, e seus pés pareciam dançar de alegria pelo chão.