35. When we fix babyliss problems

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C h e r r i e

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Gostaria de algum dia descobrir por que Ashley Viara ainda se dá o trabalho de se autodenominar uma jovem integrada nas tecnologias do século XXI sendo que obviamente não dá importância para o celular que tem. Isso piora quando estou há cinco minutos batendo na porta de seu apartamento e ele claramente não ouviu minhas mensagens de voz.

— Ashley, sua piranha! Abre essa porta, eu preciso da sua ajudaaaaaaaaaa!

Continuo apertando a campainha repetidamente e digo a mim mesma que só pararei quando ela abrir, e então, a porta é aberta, mas não é ela que está lá.

— Carter!? — minha respiração se prende enquanto minha mão continua pendurada na campainha. Eu estou surpresa em vê-lo, mas ele não está surpreso em me ver. Está calmo, como se já me esperasse, mas seu semblante não está feliz.

Gostaria de perguntar se posso abraçá-lo. Gostaria muito. Ele desapareceu por semanas, ignorou todas as minhas mensagens e ligações sem dizer por quê. O ânimo no meu peito fala mais alto e mais forte. Agarro-me nele sem precedentes num dos abraços mais apertados que já dei em uma pessoa.

— O-oi — ele diz sufocado, já que meus braços estão apertando muito seu pescoço, mas mesmo assim, ele me abraça de volta, só não tanto quanto eu.

— Eu te liguei um milhão de vezes, você não foi para a aula! Onde você estava?! — não lhe dou tempo para responder de propósito. Estou com muita saudade.

Suas mãos permanecem nas minhas costas até eu ver Ashley aparecendo em um corredor logo atrás dele, que é quando ele parece não querer me soltar do abraço.

— Aí está você! — aponto para ela soltando Carter.

— Meu deus, acho que nunca vi ninguém tão desesperado para me ver quanto você agora. Qual é o problema que te fez me ligar vinte vezes?

Estou prestes a abrir a boca quando me bate uma onda de realidade e percebo que Carter está bem na minha frente, exatamente quando vou dizer que tenho um chupão no pescoço por causa de um outro garoto. De alguma forma não parece ser de bom tom.

— Cherrie...? — ela me chama de novo, e tudo o que faço é encarar Carter. Mas meu cérebro não finciona, e automaticamente puxo meu cabelo para trás e deixo meu pescoço à mostra.

— Eu não queria que você visse isso, — digo olhando para Carter, e ele pisca algumas vezes rápido demais. — mas eu estou com esse chupão enorme, e aí eu tive que ir para a aula de literatura e a professora Montegomery viu e eu a chamei de louca por ficar me perguntando o que era, e ela me mandou para a diretoria e eu disse que era só uma queimadura de babyliss!

— Você disse que era uma queimadura de babyliss? — Ashley parece indignada.

— Sim! Foi a primeira coisa que eu consegui pensar. Daí a diretora disse que era mentira, porque claramente é mentira, e disse que eu só poderia ir à aula amanhã depois que ela falasse com a minha mãe. Eu ri da cara dela porque minha mãe nunca está em casa, mas aí ela ligou para a minha casa, e adivinha?! Ela não só está no país, como está em casa e eu estou ferrada porque eu não sei como consertar isso e a minha mãe vai me matar porque ela acha que eu ainda sou uma garotinha bobinha que inclusive é virgem!

𝙍𝙚𝙙 𝙇𝙞𝙠𝙚 𝙔𝙤𝙪𝙧 𝙃𝙚𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora