41. When its all under control

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C h e r r ie

🍒

As semanas passam mais rápido do que eu poderia imaginar. Manter meu relacionamento com Carter secreto não tem sido mais difícil do que minha vida já era, falando de como as pessoas tem reagido a nós dois.

Os primeiros dias foram os mais difíceis, quando as pessoas ainda comentavam sobre os rumores no twitter e por mensagem. No colégio, não foi uma missão fácil ignorá-los quando  era claramente perceptível que olhavam estranho para Carter ou para mim quando passávamos por eles, mas se tornou apenas, normal, e nós começamos a nos acostumar.

Nós decidimos que todos os dias Carter passaria para me buscar em casa e iriamos juntos para o colégio, onde ele me deixaria no lugar mais vazio possível para entrar, e ele entraria sempre quinze minutos depois de mim.

Depois da aula, iriamos para o treino de vôlei, que Jane agora insistiu que tivéssemos todos os dias, e iriamos embora juntos, porque o colégio já está vazio quando o treino termina.

Eu tenho vindo sempre para a casa de Carter desde então passar a tarde. As vezes os pais dele me convidam para jantar, as vezes nós apenas ficamos no quarto de Carter. Mas eu sempre levo uma muda de roupas para tomar banho e tirar o suor do treino.

É assim que estou agora, deitada em sua cama lendo, vestindo uma calça de moletom, uma regata branca canelada e meias que roubei do armário dele, de banho recém tomado enquanto ele termina de tomar o seu.

Eu ouço o barulho do chuveiro desligar, e poucos minutos depois ele do sai do banheiro vestindo uma calça de moletom como a minha, e camisa nenhuma. Ele se senta na beirada da cama para calçar suas meias e, devagar, eu me sento na cama e engatinho em sua direção.

Puxo meu cabelo para trás das orelhas e começo a depositar beijos no seu pescoço, sentindo o aroma do seu cabelo lavado. Ele dá uma risada maliciosa. Eu adoro essa risada.

— Eu ainda não entendo sua fascinação pelas minhas costas. — ele diz.

— Aaah, você quer que eu pare? — pergunto ironicamente, me afastando dele.

— Não foi isso que eu disse. — ele puxa minhas mãos de volta para seu ombro.

— Se você gostasse de garotos, iria entender...

— Acho que eu prefiro gostar de você.

Ele se vira de costas e leva sua boca em junção da minha. Seus lábios são quentes, e não há nada que descreva a maciez e o sabor de sua boca na minha. Eu seguro seu rosto com as mãos e nós dois caímos no colchão, mas pouco tempo depois ele se afasta de mim.

— Beatrice vai numa social na casa da Gwen hoje. Você quer ir? Vão poucas pessoas, eu já falei com ela.

Eu penso.

— Na casa da Gwen? Eu acho que não. Não estou muito a fim de ver aquela cabeça de vento.

Cabeça de vento? O que aconteceu?

— Ah, é bobagem, você não vai querer saber — eu digo apoiada em um cotovelo, e a cabeça dele cai para o lado, como se dissesse, é claro que quero saber. — Okay, eu estava fazendo minha prova de História hoje e acabei perdendo muito tempo em uma questão dissertativa, e do nada, eu só tinha mais dez minutos e dez questões objetivas pra responder. Mas a Gwen estava sentada do meu lado, e e pensei: A Gwen é muito inteligente, certo? Eu vou colar dela. E aí eu colei, mas quando fui entregar minha prova para a professora, em uma das questões objetivas a Gwen tinha assinalado que quem mandou derrubar as torres gêmeas foi Vladmir Putin!

Carter observa meu rosto indignado por alguns segundos, e logo cai na gargalhada.

— Você entende que eu tive que entregar a minha prova com aquela atrocidade? E eu não pude nem ver o que ela havia colocado nas outras perguntas... Talvez seja melhor que eu não saiba.

Levo minha mão ao rosto de vergonha e raiva.

— Eu devo ter tirado um zero... — enquanto eu me lamento, Carter continua rindo.

— Você ainda tem a questão dissertativa, não teve ter tirado zero, linda.

— Mesmo que eu não tenha tirado, se a professora me achava burra, agora ela ai ter certeza.

— Tudo bem, então nada de Gwen hoje? — ele pergunta gentilmente.

— Não, nada de Gwen por hoje, e ainda por cima, é quarta-feira. Quem faz uma sócia numa quarta-feira?

— Eu sei de uma coisa bem melhor que podemos fazer. — ele diz.

— O quê? — eu pergunto.

— Podemos assistir um filme até cairmos no sono.

— Essa é uma ótima ideia — eu gesticulo exageradamente.

Mas, para a minha surpresa, ele se afasta de mim e se levanta.

— Eu vou pegar alguma coisa para comer, você quer algo?

— Não, estou bem.

Eu volto para o meu livro, mas percebo que ele não ficou satisfeito com a minha resposta, ou pelo menos, imagino que não, porque ele está me encarando com as mãos no bolso de sua calça.

— O que foi...?

— Tem certeza que não quer comer nada? Você não jantou, e já são nove horas.

Engulo em seco. Eu acho que deveria estar com fome, mas ainda estou tomando o remédio que me deram suspeitosamente na agência. Eu precisava compensar as vezes que comi demais com toda a situação acontecendo no colégio e os rumores. Quando não como, não tenho fome, e quando como, vomito. Eu tenho tentado não forçar, mas de uns dias para cá, tem se tornado automático.

— Acho que comi muito no almoço. Não estou com fome.

Ele comprimi os lábios em uma linha reta e não diz nada, apenas acente positivamente com a cabeça e sai do quarto.

Assim que ele não está mais presente, um suspiro de alívio sai da minha boca, e eu me sinto mal de estar escondendo isso dele, mas eu tenho a situação sobre controle.

𝙍𝙚𝙙 𝙇𝙞𝙠𝙚 𝙔𝙤𝙪𝙧 𝙃𝙚𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora