30. When we go to detention (again)

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C h e r r i e

🍒

Não posso acreditar que mais uma vez estou sendo obrigada a gastar um sábado da minha vida no colégio — sem um bom motivo para isso. Ainda não se qual é o propósito das detenções.

Sim, eu vacilei, o que me matar de tédio resolverá sobre isso?

Tranco meu carro, ainda no estacionamento, e através do reflexo na tinta posso me ver com a saia preta com um corte lateral e o suéter vermelho que escolhi mais cedo. Minha bolsa baguete cai do meu ombro para minhas mãos enquanto olho para os prédios à minha frente e tudo o que penso é que gastei meus melhores sapatos para vir aqui.

Eu poderia fugir...

Mas não, não vou fazer isso. Então, com todo o desânimo no meu corpo, vou em direção ao colégio.

Não há um sequer carro do lado de fora, assim como não há uma alma viva do lado de dentro, e por isso não sei se a biblioteca é o lugar certo para onde eu deveria ir.

Antes de subir para o segundo andar, onde fica a biblioteca, passo no banheiro do prédio A. Não demoro mais do que três minutos para mandar uma mensagem para Ashley:

"Vou morrer tédio aqui, você viria me salvar? ;("

E ela responde:

"Eu adoraria salvar minha princesa, mas nada me tira da cama agora."

Em seguida, ela me manda uma foto. Definitivamente está em uma cama, mas não na dela, e sim a de algum garoto — provavelmente — Dean, pois literalmente vejo suas costas e sua nuca enquanto Ashley faz x para a foto como se estivesse ao lado do Mickey Mouse.

Que safada.

Saio do banheiro e sigo em direção para onde acho que devo ir. Depois de passar pelo jardim interno que dá passagem para o outro prédio, estou passando pelo banheiro ao lado da biblioteca, quando a porta é aberta e, por coincidência me acerta em cheio.

Escorrego em cima dos meus saltos e caio para trás, como numa cena de quadrinho infantil. Bato com os punhos, a bolsa e a cabeça no chão, e a pessoa que me acertou we não parece ter reparado que me acertou até eu fazer uma expressão de dor e revolta.

É um garoto alto, ruivo e sardento e muito magro pelo que vejo que não está coberto por um suéter que possivelmente poderia ser de um avô meu, se eu conhecesse algum. Isso é tudo o que consigo ver quando brevemente o olho do chão.

— Ai, meu deus! — ele exclama ao finalmente olhar para baixo. — E-eu sinto muito, não achei que houvesse mais alguém aqui.

Ele parece trêmulo, e um pouco amedrontado, mas estranho a ideia de que possa ser por minha causa. Eu não sou tão intimidadora assim. Sou?

— Você quer ajuda para levantar? Não sei se eu deveria te tocar. — ele se aproxima, mas logo se afasta. — Acho melhor eu não tocar em você.

— Seria muito gentil da sua parte se pudesse me dar uma mãozinha, na verdade. — respondo irônica à sua histeria, mas não é preciso que ele me ajude a mover um músculo. No mesmo segunda sou levantada para cima por trás. Duas mãos me puxam por debaixo dos braços, e é tão abrupto que também assusta o garoto à minha frente.

𝙍𝙚𝙙 𝙇𝙞𝙠𝙚 𝙔𝙤𝙪𝙧 𝙃𝙚𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora