Eu não conseguia parar de chorar.
'Eu te odeio, Yandra! Ele cuspiu as palavras com tanto ódio que eu não aguentei mais. Limpei os olhos e busquei forças.
Hoje isso acaba, chega. Eu não preciso mais me submeter a isso! Olhei para todos, limpei os meu olhos e abri a minha boca:
— Primeiro, eu me demito. — A minha voz saiu embargada, mas eu vou continuar a falar mesmo sendo sufocada pela dor. Os olhos dele se arregalaram pela surpresa. — Eu não pedi para me salvar! Está sendo injusto. Eu pedi para salvar Cendi. Poderia ter mandado me matar, não é? Afinal seu ódio é por mim! — Digo e tiro meu avental, tenho que pegar o que é de minha filha , antes de falar tudo que ele precisa ouvir. Eu precisava sair um pouco para poder respirar. Também tinha que esperar Darah chegar para que o espetáculo fosse completo.
— Menina?— Maura chama, mas eu não a respondo, vou direto para o quarto dos empregados Cendi está brincando com a boneca.. Levei a mão à boca sufocando meu grito de desespero. Abaixei e peguei a minha menina.
— Vamos embora daqui! — Peguei a bolsa dela e sai do quarto.
— Não pode me tirar a menina! — Ele parou em minha frente, eu levantei a cabeça para o encarar.
— Quem odeia a mãe não gosta da filha que saiu do ventre da odiada. Obrigada pelo que fez, que seu filho nasça com saúde e que ele lhe complete a vida! Da minha filha eu cuidarei, estou saindo do xale e não quero nada que seja do senhor.
— O que está acontecendo aqui?— A voz vem atrás de mim.
— Chegou quem eu estava esperando. Estou saindo senhora, me demiti.
— Você não pode se demitir!
— Eu posso, sou livre e estou indo!
— Não vai sair daqui está me ouvindo? —
…Hahahaha… comecei a rir. Fechei o sorriso e era ora de eu falar — Está com medo senhora? — O homem gira a cabeça para olhar a esposa.
— Não sairá daqui, Yandra!
— Sairei e serei livre. Eu não serei mais marionete da senhora. Acabou! — Eu senti prazer em proferir cada palavra.
Os seus olhos se arregalaram e ela junta os punhos como sempre faz em afronta.
Perdoe-me Vovó, sei que entenderá.
— Não sairá aqui, eu estou lhe avisando! — ela grita
— A senhora está grávida, dará um filho ao seu marido. Ele disse me odiar. Disse que amava seu filho, amava o filho que a senhora perdeu. Ele deixa claro que odeia ter salvo a filha que está aqui meus braços! — ergui a cabeça para encarar o homem e me vi sorrindo. Acabou a farsa.
— Do que está falando sua louca?— kkkk…eu gargalhei.
— Cendi e a sua cópia, não acha isso estranho, senhor?
— Ela é… mas se parece com o pai dela. — Ele passa as mãos pelos cabelos visivelmente desesperado. Hiran é albino eu indígena! Ele está a analisar. Eu tinha que falar, aguentei demais. Com meu peito ardendo sentindo que agora serei livre, eu falei:
— Ah, Hiran não é pai dela. O senhor está falando das lentes que ele usa? Elas são feitas sob encomenda para imitar os olhos do senhor! "O SENHOR É O PAI DELA"— Eu senti um alívio tão grande ao falar isso, sofri muito nas mãos de Rihan, mas serei livre de hoje em diante. Penso.
— Não fale besteiras Yandra! — Darah estendeu as mãos para me segurar.
— Não me toque! — Afastei da mão dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DOCE ESCOLHA
RomanceUma escolha teve várias consequências, porém Duany McNill a fez em um momento de desespero. Duany salvou a filha da cozinheira indígena Yandra e perdeu seu filho biológico. Cendi nasceu e trouxe para o homem quebrado vários motivos para sorrir. A...