Cap. 07 Yandra, parte 01

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Eu não conseguia parar de chorar.

'Eu te odeio, Yandra! Ele cuspiu as palavras com tanto ódio que eu não aguentei mais.  Limpei os olhos e busquei forças.

Hoje isso acaba, chega. Eu não preciso mais me submeter a isso! Olhei para todos, limpei os meu olhos e abri a minha boca:

— Primeiro, eu me demito. — A minha  voz saiu embargada, mas eu vou continuar a falar mesmo sendo sufocada pela dor. Os olhos dele se arregalaram pela surpresa. — Eu não pedi para me salvar! Está sendo injusto. Eu pedi para salvar Cendi.  Poderia ter mandado me matar, não é? Afinal seu ódio é por mim! — Digo e tiro meu avental, tenho que pegar o que é de minha filha , antes de falar tudo que ele precisa ouvir. Eu precisava sair um pouco para poder respirar. Também tinha que esperar Darah chegar para que o espetáculo fosse completo. 

— Menina?—  Maura chama, mas eu não a respondo, vou direto para o quarto dos empregados Cendi está brincando com a boneca.. Levei a mão à boca sufocando meu grito de desespero. Abaixei e peguei a minha menina.

— Vamos embora daqui! — Peguei a bolsa dela e sai do quarto. 

— Não pode me tirar a menina! — Ele parou em minha frente, eu  levantei a cabeça para o encarar. 

— Quem odeia a mãe não gosta da filha que saiu do ventre da odiada.  Obrigada pelo que fez, que seu filho nasça com saúde e que ele lhe complete a vida! Da minha filha eu cuidarei, estou saindo do xale e não quero nada que seja do senhor.

— O que está acontecendo aqui?—  A voz vem atrás de mim.

— Chegou quem eu estava esperando.  Estou saindo senhora, me demiti. 

— Você não pode se demitir!

— Eu posso, sou livre e estou indo!

— Não vai sair daqui está me ouvindo? —

…Hahahaha… comecei a rir. Fechei o sorriso e era ora de eu falar — Está com medo senhora? — O homem gira a cabeça para olhar a esposa.

— Não sairá daqui, Yandra!

— Sairei e serei livre. Eu não serei mais marionete da senhora. Acabou! — Eu senti prazer em proferir cada palavra. 

Os seus olhos se arregalaram e ela junta os punhos como sempre faz em afronta. 

Perdoe-me Vovó, sei que entenderá. 

— Não sairá aqui, eu estou lhe avisando! — ela grita 

— A senhora está grávida, dará um filho ao seu marido. Ele disse  me odiar. Disse que amava seu filho, amava o filho que a senhora perdeu. Ele deixa claro que odeia ter salvo a filha que está aqui meus braços! — ergui a cabeça para encarar o homem e me vi sorrindo. Acabou a farsa.

— Do que está falando sua louca?—  kkkk…eu gargalhei. 

— Cendi e a sua cópia, não acha isso estranho, senhor?

— Ela é… mas se parece com o pai dela. — Ele passa as mãos pelos cabelos visivelmente desesperado. Hiran é albino eu indígena! Ele está a analisar.  Eu tinha que falar, aguentei demais. Com meu peito ardendo sentindo que agora serei livre, eu falei:

— Ah, Hiran não é pai dela. O senhor está falando das lentes que ele usa?  Elas são feitas sob encomenda para imitar os olhos do senhor! "O SENHOR É O PAI DELA"— Eu  senti um alívio tão grande ao falar isso, sofri muito nas mãos de Rihan, mas serei livre de hoje em diante. Penso. 

— Não fale besteiras Yandra! — Darah estendeu as mãos para me segurar.

— Não me toque! —   Afastei da mão dela.

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