Cap.02 Yandra parte 01

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Faço todos os dias as mesmas coisas. Anos demais debaixo do luxo desta mansão que guarda consigo segredos demais.

Segredos que destruíram a vida de um homem inocente que foi usado em seu momento mais doloroso somente para que uma mulher conquistasse uma vida de riqueza.

Darah é um monstro em forma de mulher! Conseguiu entrar no meio social através de seu falecido marido, o tal Camilo Bitencourt. Não sei quem era, mas ele apesar de falido tinha um nome reconhecido.  Nome que a senhora da casa usou e abusou até conseguir ganhar um coração ferido e no luto. Sim, o coração do patrão.

Darah é manipuladora e consegue facilmente fazer com que todos à sua volta acreditem em tudo que ela fala.

Eu Yandra sou a prova viva que suas palavras mentirosas são leis.

Vivo minha vida sendo odiada por matar o filho da patroa. Ela se passa por vítima enquanto eu a verdadeira vítima sou ignorada e desprezada dentro desse lugar. Mentiras foram lançadas. Calada e em suas mãos eu guardo comigo o segredo de que o filho que ela carregava não era do patrão.

Ela me tem nas mãos.  Ela tem a minha aldeia sob vigilância, sou dia e noite lembrada que a vida da minha avó está nas mãos de Darah.  Sigo cada dia com o sonho de um dia poder retornar para o lugar de onde eu nunca deveria ter sido arrancada.  Passos ecoam e lá vem a pessoa que mais me ataca dentro desse lugar. Finjo que ela não está presente, porém a mulher vem para perto da pia onde estou e destila seu veneno…

— Bom dia agressora?— Olho para Weny, a arrumadeira e como sempre faço ignoro sua existência.

— Faça seu trabalho e deixe Yandra em paz.— Maura ralha com Weny. Aqui dentro, Maura é a única que me trata bem.

— Estou indo, sabe Maura eu não entendo como você consegue ficar no mesmo lugar que essazinha que agrediu a patroa e por culpa dela a patroa perdeu o bebê.

'Eu poderia gritar não foi assim que aconteceu,' mas me calo e dou atenção a panela que está no fogo.

— Vá trabalhar agora Weny!— Maura como a governanta que é ordena e Weny passa esbarrando o braço em mim se eu não estivesse atenta a água do macarrão poderia ter me queimado.    — A próxima vez que você fizer isso, eu irei relatar ao patrão.—   Maura me defende.

— O patrão não gosta dela, se ela se machucar ele não fará a escolha que fez quando ela estava grávida. O pobre homem sabe que Yandra é uma assassina. Ele sabe que errou ao socorrê-la

— Ele ama a menina que salvou.—   Maura ainda tenta rebater. Mas venenosa como Weny é, eu aguardo o rebater de Weny.

— É claro que ele ama, a menina foi imposta a ele por essazinha aí.

— Chega…— bato a mão na pia.   — Se abrir a sua boca novamente eu vou lhe mostrar que está índia aqui não é brincadeira!

— Vai me atacar como fez com a patroa grávida?—    fui à sua frente e…

— Abre sua boca novamente e verá do que sou capaz.—   Juntei os punhos prontamente para mostrar que não estou para brincadeira, porém…

— Vai agora Weny!—  Maura empurra Weny da cozinha. E a mesma sai resmungando. — Yandra não ceda às provocações dela, se o patrão pegar você batendo nela, quem sofrerá é a Cendi.

Quando ela fala em minha filha meu autocontrole volta.
'Eu nunca faria Cendi sofrer longe do patrão.' Penso e volto novamente para a função que faço.

O patrão nunca quis a verdade da minha boca. Ele escolheu acreditar na esposa, o que eu não julgo. Mas me dói ver seu ódio e indiferença por mim. Não sou culpada, sou inocente!

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