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Estou definitivamente derrotada, não nasci para chegar em casa às sete da manhã diariamente. Acordei na minha cama hoje cheia de areia, cabelo duro da água salgada e uma dor de cabeça, sendo que não havia bebido tanto. 

Hoje iriamos almoçar em família, saímos todos juntos e almoçamos em um restaurante em frente ao mar. Eu estava tão sonolenta, que pela primeira vez não falei tanto com ninguém, Juliana estava igual. Ela havia me contado que adorou ter ficado com Teto, disse que ele é um amor de pessoa, não sabe se ficará com ele mais vezes, já que não moram no mesmo lugar.

Voltamos do restaurante e não me hesitei em deitar no sofá confortável que havia na varanda da frente.

— Minha filha, você vai dormir aí mesmo? — Karla diz ao passar por mim na varanda.

Concordo somente com a cabeça e ela sai andando me deixando ali. Acabo pegando no sono rapidamente.

— Boo!

Escuto um grito em meu rosto e levanto num ímpeto.

— Teto... — O vejo parado a minha frente, meu coração acelera e levo a mão no peito tentando me acalmar. — Você quer me matar?

Ele dá um passo para o lado e revela Matheus atrás dele, rindo.

— Por que está dormindo na varanda? — Teto perguntando, me caçoando.

Um vinco se forma em minha testa.

— O que aconteceu? — Ju aparece ali.

— Teto assustou Bia enquanto ela estava dormindo. — Matheus responde ainda rindo.

Bia?

— Não estou rindo. — Me levanto e caminho até meu quarto em passos fundos.

— Eu estava brincando! — Escuto Teto dizer de longe. 

Abro a porta do meu quarto e dou de cara com a jaqueta marrom do Matheus que havia me emprestado, teria que devolver. Entro no banheiro para um banho e me vem na cabeça do porquê os dois estão aqui, não tive tempo para achar isso estranho e me questionar.

Alguns minutos depois saio do banho, uso meus cremes e perfumes, coloco uma calça de moletom e uma regata para descer, mas antes pego a jaqueta de Matheus. Desço as escadas já escutando a conversa de todos, quando chego ao fim dos degraus vejo todos conversando no sofá da sala como uma linda família, até quem não era da família.

Matheus é o primeiro a notar que chego na sala, ele olha para sua jaqueta em minhas mãos.

— Obrigada! — Estendo o couro no ar, ele retira da minha mão balançado a cabeça, um "por nada" sai da sua boca em um sussurro.

— Beatriz, chamei-os para visitarem nossa casa de campo em Porto Feliz! — Dona Karla fala toda animada e eu arqueio a sobrancelha.

— Acho muito bilionário ter uma casa de campo, eu aceitei o convite! — Teto é o primeiro a confirmar e todos olham para Matheus esperando a resposta.

— Se a Karla Cimed me convidou, vou ter que aceitar! — Ele diz todo tímido, me fazendo rir disfarçadamente.

— Então será todos bem-vindos assim que vocês forem para São Paulo, podem tirar um final de semana! — Minha mãe bate palminhas, sai dançando e cantando que irá receber convidados na casa dela.

Ela ama recepcionar, cuidar das comidas e tudo que envolva receber as pessoas que vão até nossa casa de campo que fica em Porto Feliz, na fazenda Boa Vista. Ela gosta de ser a anfitriã, nós sempre vamos para lá de helicóptero já que é mais rápido e prático de chegar até o local, vamos praticamente todos os finais de semana e sempre inventamos algo para fazer por lá.

O Demônio Veste PradaOnde histórias criam vida. Descubra agora