FINAL

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PONTO DE VISTA MATUÊ

— Por que estamos saindo tão cedo da festa? — Beatriz pergunta enquanto caminhamos de volta para o carro após receber os prêmios.

— Porque temos outro compromisso! — abro a porta do carro para ela entrar e em seguida dou a volta, tomando o lugar do motorista.

— Temos? — pergunta confusa, então lhe olho sorrindo.

Não digo nada, apenas dirijo até o heliporto mais perto de nós, enquanto ela estava quieta e observando tudo. Assim que chegamos, Beatriz me olha imediatamente, acabo rindo da sua reação que eu já estava imaginando.

— O que estamos fazendo aqui? — pergunta enquanto saímos do carro, o helicóptero já estava ali nos esperando.

— É surpresa, gatinha, não posso ficar falando, tá ligado? — seguro sua mão, puxando-a para subir.

— Boa noite, senhor, conforme combinado estaremos sobrevoando. A duração do voo é de uma hora e trinta minutos, sugiro que coloquem os cintos e os fones de ouvido devido ao barulho. — o comandante diz quando entra para ocupar seu lugar, como combinado, ele não diz o destino e nem o motivo.

— Matheus, eu tenho ansiedade... — a morena ao meu lado diz enquanto coloco meu cinto.

— Onde foi parar a palavra amor que eu estava amando durante toda a noite? — Me aconchego no banco, vendo o copiloto fechar a porta.

Beatriz me olha, revirando os olhos, acabo rindo. Eu não sei quem estava mais nervoso e ansioso, eu ou ela.

O helicóptero se levanta e partimos dali para o destino que seria surpresa para ela, nada muito elaborado, mas feito com amor e carinho.

Alguns longos minutos sobrevoando pelo Brasil, Beatriz já estava encostada em meu ombro e cochilava até a chegada. Eu queria muito poder fazer o mesmo, mas meu nervosismo não deixava.

Exatamente uma hora e meia depois, pousamos no local, a porta foi aberta, despertando a menina deitada no meu ombro.

— Vamos, gatinha? — falo baixo, lhe deixando acordar primeiro.

Ela concorda, ainda meio sonolenta, descemos do avião e, como estava a noite, não era possível reconhecer onde estávamos, somente quando chegássemos perto do local.

Entramos no carro que eu havia solicitado e Beatriz estava completamente quieta, atenta a tudo e pensativa. Dirijo por alguns minutos com a cabeça a mil até chegar em um local escuro.

— Coloque isso! — estendo uma venda para ela, que me olha e olha para o pano em minha mão.

— Matheus, eu estou ficando com medo, não quero mais. — Recua, me fazendo rir.

— Você não confia em mim, amor? — pergunto segurando sua mão e ela balança a cabeça concordando. — Então coloque a venda, por favor.

Receosa, ela pega o pano da minha mão, amarrando-o em seu rosto.

Saio do carro e abro sua porta, segurando sua mão para que ela saísse em segurança por não estar enxergando.

— Estou escutando algo... É ondas? — ela pergunta sorrindo enquanto fecho a porta do carro.

— Não sei. — Me contenho para não dizer nada.

A cada passo, meu coração bate mais rápido. Havia preparado tudo com cuidado e estava ansioso o dia todo para ver a expressão de surpresa em seu rosto. Sinto sua curiosidade crescer à medida que vamos caminhando. Fico atrás de seu corpo, guiando-o pela cintura enquanto sinto o seu cheiro no pescoço.

O Demônio Veste PradaOnde histórias criam vida. Descubra agora