• 32 •

1.3K 119 15
                                    

FLASHBACK ON

— Eu estava pensando em fazer uma surpresa para ele. — Digo a Teto por ligação.

— Esse final de semana ele tem show aqui em Fortal, você consegue vir? — Ele responde animado. — Eu consigo te passar.

— Eu estava pensando nisso, é feriado, consigo prolongar o final de semana. — Digo sentando em minha cama.

— Então, fechou hermana, você pode ficar na minha casa por enquanto e vamos nos falando sobre o plano. — Ele ri, parecia uma criança.

— Combinado! Beijo Sa...

— E a Juliana? — Interrompe antes que desligo.

— Está bem... — Torço os lábios. — Tem falado com ela?

— Para falar a verdade, não. — Diz triste. — Está muito corrido para mim e não estou conseguindo reconciliar tudo como eu queria.

— Tira um tempo para você, Sávinho, para colocar a sua vida em ordem, para pensar no que deve fazer, pensar na Juliana, eu sei que gosta dela, mas não está conseguindo por conta da sua rotina. Eu e Matheus somos iguais a você, mas estamos tentando, você não pode tentar?

— Tem razão, Bia, eu vou tirar um tempo para me organizar. — Responde. — Obrigado pelo conselho.

— Sempre que precisar estou aqui!

FLASHBACK OFF

Desço do meu avião já no aeroporto de Fortaleza, um carro já estava minha espera e me aguardava logo após a escada do avião. Entro no automóvel reconhecendo o motorista de algum lugar, provavelmente segurança dos meninos.

— Oi, como você se chama? — Pergunto a ele, que dá uma olhada pelo retrovisor e responde.

— Mauro!

— Deve trabalhar para Matheus também, certo? — Ele concorda com a cabeça. — Estou fazendo uma surpresa para ele, podia não contar nada para ele, por favor?

— As ordens!

Seguimos a caminho da casa de Teto, era por volta de três da tarde e o show seria à noite. Havíamos combinado que eu iria para casa dele e apareceria no show à noite, e depois, se eu quisesse, poderia ir para a casa de Matheus, na qual fui uma única vez.

— Que saudade de você, Sávinho! — Digo assim que desço do carro já na casa dele. Ele estava esperando na porta como um belo ansioso.

— Ah, eu senti bem pouco. — Ele me abraça sorridente, me fazendo rir.

— Tudo bem, não preciso que você sinta saudade de mim! — Dou de ombros.

— Entra logo! — Ele ri e vejo o motorista colocar minha mala ao meu lado.

— Obrigada! — Agradeço a ele e entramos.

— Você disse algo para ele? — Teto pergunta se referindo a Matheus enquanto subimos para os quartos.

— Eu disse ontem a noite que iríamos bem cedo para a casa de campo e depois nós não nos falamos mais. — Respondo entrando no quarto indicado por ele que seria o meu.

Entro no quarto e logo o celular de Teto começa a tocar.

— Falando no demônio. — Atende o celular fazendo sinal de silêncio para mim. — Fala irmão! — Coloca no viva voz.

Irmão, tu vem no meu show hoje à noite? — Pergunta meio desanimado.

Estou pensando ainda, precisa de mim? — Teto responde.

Sim, é feriado né e eu não quero ficar sozinho, já não vou poder ir ver Beatriz. — Matheus diz. — Será que consigo ir para São Paulo depois do show?

Não sei irmão, acho melhor não. — Teto me olha rindo. — Temos compromisso no outro dia, então é melhor focar.

Tem razão... Ela também não falou comigo desde ontem, deve estar chateada.

Seguro o riso colocando a mão na boca.

Acho que ela entende você, relaxa aí, depois do show saímos para beber e ficar com algumas gatinhas. — Ri sapeca, e lhe olho brava.

Tá maluco, irmão! — Matheus ri do outro lado, me deixando mais aliviada com sua resposta. — Depois falo com você, tchau.

Ele desliga.

— Você é doido, né? Dependendo da resposta, você poderia acabar com um relacionamento.

— Conheço meu irmão, acha que eu falaria essas coisas na sua frente sem conhecer ele? — Se levanta da cama. — É para estar pronta às 21h.

— Sim, senhor!

...

Eu estava um poço de ansiedade e eu já tinha feito uma surpresa assim para Matheus uma vez, bem no começo, mas agora é diferente e eu não sei explicar o motivo.

— Acabaram de me falar que ele já entrou, melhor ainda! — Teto diz assim que chegamos, estávamos esperando no carro. Não havíamos combinado nenhum plano, era somente aparecer lá.

Saímos do carro e caminhamos por uma rua no evento que levaria até o camarim. Algumas pessoas paravam e cumprimentavam Teto e eu era invisível. Chegamos perto do camarim onde havia dois seguranças na porta e, assim que nos viram, abriram o caminho. Como eu estava na frente, eu mesma abri a porta e era melhor não ter feito.

O camarim estava lotado de mulheres com roupas extremamente curtas, se isso pode ser chamado de roupa. Parei ali mesmo e Teto entrou ao meu lado, já que não dei espaço na porta, ele olha aquilo tudo sem entender.

Não tem como pensar positivo nessa situação porque não existe um lado positivo nisso, ele estava aqui há minutos atrás rodeado dessas mulheres.

— Não saia daqui, Bia, vou ver o que está acontecendo nessa porra! — Teto sai furioso atrás de alguns homens que estavam ali também.

Viro de costas e deixo o camarim andando até o carro que trouxe nós dois.

— Oi, Mauro, pode me levar de volta para a casa do Teto, por favor? — Me abaixo em seu vidro.

Ele concorda com a cabeça e entro no carro.

O Demônio Veste PradaOnde histórias criam vida. Descubra agora