23 - Preciso agir

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(P.V Kauan)


Segui o caminho até o bloco A, mal entrei no prédio e já começou a chover, entro no elevador e vou para o sétimo andar, entro no quarto e todos estavam lá, Eddie estava sentado no chão fazendo o dever de matemática, Jhonny mexia no celular em sua cama, Samuel estava no chão e ajudando o Eddie a fazer o dever, Lorenzo está no banheiro e Flipy está encarando a chuva.


Kauan – Ei...ele falou algo? – Sussurro para o Samuel.

Samuel – Até agora ele não falou nada, acho que vai demorar cara.

Kauan – Entendi.

Jhonny – Como foi o treino de Powerball? – Pergunta ele me encarando com um sorriso de canto.

Kauan – Uma loucura. O jogo é bem difícil hein!!

Samuel – Não falei?! O troço é pior que vôlei!!

A porta do banheiro se abre e um Lorenzo vestindo uma regata listrada e bermuda jeans marrom aparece, ele secava o cabelo.

Lorenzo – Kauan!! Que bom que chegou, tem um envelope para você.

Kauan – Tem nome?

Lorenzo – Não, mas já digo que talvez, não é de nenhuma garota... – Assinto e ele aponta para a cômoda que é aonde está o envelope. Pego e começo a análisar.

O envelope é de papel pardo, dentro parecia que tinha algo pequeno e cilíndrico, rasgo o lacre e tiro um papel branco escrito em caneta azul, uma letra até que linda, bem feminina até, logo começo a ler.


Kauan,

Acho que já nos conhecemos, sempre que te vejo nos corredores, fico me perguntando, o que diabos você faz com o Flipy? Tipo...são amantes? Amigos? Namorados? Pois é, eu sei que você é gay em vez de hetéro e eu respeito cara, mas não respeito quando você é o culpado de algo envolvendo os sonhos destruídos de um certo alguém, esperto como você é, deve saber quem eu sou, só quero conversar com você ok? Poderia me encontrar no pátio da escola por favor, às 19:00?

Ass: Mathew


Porra, de tantos garotos, eu pensando que podia ser o Eddie, foi o Mathew. Olho para Flipy que me encarava, assim como os outros, exceto o Eddie que parece se controlar para não me olhar, suspiro e rasgo o bilhete em dois, logo guardo no bolso da bermuda do uniforme.


Lorenzo – Cacete, o que era?

Kauan – Nada de mais, só...um trote por eu ser novato...alguém vai no banheiro?

Jhonny – Acho que...

Kauan – Beleza, obrigado!!


Pego uma camiseta, cueca e bermuda na cômoda e entro apressadamente no banheiro, tranco e tiro os papéis dos bolsos. Amasso e jogo no lixo. Porra, como se não bastasse, o desgraçado ainda quer se encontrar comigo mesmo depois de simplesmente ter me intimidado com a minha sexualidade, eu não deveria ir, mas visto o que rolou com o Flipy, não vou arriscar não ir.

Tirei minha roupa ficando nu no banheiro e entro no box, ligo o chuveiro e tento pensar em algo que não seja a merda do bilhete ou o ocorrido com o Flipy. Após alguns minutos, tiro o sabão e saio do box, me seco e coloco a roupa lá dentro, em seguida eu saio e vou rumo ao encontro maldito.

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora