109 - Tempestades que escurecem o céu

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(P.V Alison)


Quando você é um investigador amador, você primeiro precisa entender que ninguém vai te levar a sério a menos que você prove o contrário, que é exatamente isso que estou fazendo nesse momento, mas sobre o que eu estou investigando? Vejamos, o faxineiro pedófilo e assediador foi encontrado morto há uma semana atrás, a polícia apareceu e tá investigando, mas até agora não voltou mais ou se voltou, eu não vi.

Ticlew Barry foi encontrado na sala de tralhas do dormitório masculino, a causa da morte é desconhecida, mas devido ao estado do corpo e o buraco enorme nas costas, o assassino com certeza o matou explodindo suas costas ou algo do gênero, eu sou o único furry que tá se importando com ele? É, com certeza sim. As meninas do clube de torcida iriam fazer um movimento contra o Barry, outros alunos e até alguns funcionários para demitir eles, o que por sorte, o diretor já demitiu alguns com provas convincentes e outros...não.


- E aí? Achou alguma coisa nova? – Breno me questiona assim que entra no quarto.

Alison – Ainda não, os policiais sabem esconder as coisas muito bem.

Breno – Eles devem ter um hacker na equipe.

Alison – É, eu não dúvido.

Breno – Vai precisar ir no banheiro ou eu posso ir?

Alison – Pode ir.


Ouço as gavetas da cômoda abrindo e se fechando, passos até o banheiro e a porta sendo fechada e trancada, tudo isso enquanto eu navego pela internet coletando pistas sobre o caso da morte do Ticlew Barry que não teve muita relevância por causa do movimento dos híbridos. Nossa Alison, você está dando justiça para esse cara que tentou te matar duas vezes? Sim, já que todos merecem uma conclusão para a sua história e como eu que motivei toda essa caçada contra o urso, me sinto responsável pelo seu fim.

De repente alguém bate na porta, eu paro de pesquisar e me levanto, porra hoje não dá mais para fazer nada!! Quem é o infeliz dessa vez? Abro a porta e dou de cara com a Maitê que parecia estar tão preocupada quanto um aluno depois de fazer uma prova que não estudou nada.


Alison – Hã...oi?

Maitê – Oi, então lembra quando você me pediu para te falar as coisas caso ocorra uma merda muito grande?

Alison – Ahhhh!! Enfim esse dia chegou caralho!!! Entre, entre, quero muito saber das novidades.


Ela entra e se senta na minha cama, tranco a porta após fechá-la e vou até a minha cadeira gamer apenas para fazer o papel do personagem interessado em fofocas e casos de investigação.


Maitê – Você viu o que aconteceu com a boate gay "Raising Rainbow"?

Alison – Sim, eu vi. Uma tragédia claro, vinte e três vítimas e boa parte delas sendo híbridas, foi um crime de ódio aos lgbts e aos híbridos.

Maitê – Caramba amigue, cê matou a questão!!

Alison – Eu matei é?! Isso aí!! Eu sou um gênio da porra!! Tá e o que isso tem haver com o caso do Ticlew Barry?

Maitê – Bom, não sei se você sabia, mas o faxineiro participou em algumas manifestações contra os híbridos, logo e se...um híbrido ou um apoiador da causa tenha o matado?

Alison –Primeiro, como você descobriu sobre isso? Por que nem eu sabia.

Maitê – O Ticlew é pai e os filhos são tão ruins quanto ele, eu sigo um deles pelo Instazoo que tirou uma foto na Avenida Paulista em uma manifestação contra os híbridos.

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora