64 - Um monstro assustador (Parte 2)

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(P.V Max)


Max – O festival tá bem tranquilo né amor? – Digo para Carlos, uma raposa vermelha macho e meu namorado. Estamos sentados em uma mesa de madeira em frente a uma sorveteria.

Carlos – Pois é, isso traz uma nostalgia hein!!

Max – Ai, nem lembra!! Quase que você morreu depois de comer aquele conjunto de bomba alérgica chamada azeitona!!

Carlos – Ah, mas era isso ou eu morria com um tiro na cabeça lembra?

Max – É, aquele chefe de cozinha maluco foi outro nível...

Carlos – Acha que o "Assassino da Cruz" vai aparecer aqui?

Max – Sim, se ele está seguindo os passos de 34 anos atrás, o que tá muito óbvio pois as primeiras vítimas foram um casal gay e o terceiro passo dele é atacar algo importante, na época foi o festival da cultura indígena e agora é esse festival, imagino que vá morrer uma mulher agora, pois na época foi uma mulher que morreu.

Carlos – Entendi. Então é só esperar?

Max – É, só esperar agora...

Carlos – Ok. – Ele pega o cardápio. – Quer alguma coisa?

Max – Sim, vou querer um milk-shake de maracujá e uma água sem gás.

Carlos – Beleza, já volto amor.


Carlos se levanta da cadeira e vai para a fila que se formava no balcão, olho para os arredores tentando imaginar quem poderia ser a próxima vítima do assassino. Juro que eu pensei que ele tinha morrido, mas pelo visto não, na época os dois maiores suspeitos de serem o Assassino da Cruz eram o João Hugo, um padre de uma igreja local e Amadeu Marconi, um ex-chefe da máfia.

Na época frequentava a igreja do padre João, mas ele acabou desaparecendo depois que descobrimos que ele tinha um relacionamento homossexual com um dos auxiliares do padre João Hugo, menciono que o padre era um homem homofóbico e Amadeu também, ou melhor fingia que era, até precisamos da ajuda do chefe da polícia da época para levá-los aos interrogatórios. Devido a idade dele, imagino que Amadeu já tenha falecido.


- E aí bonitão, quer uma chupada? – Olho para o lado surpreso e vejo uma gata que deve ter 25 anos ou mais, usa um vestido azul claro de veraneio com um decote em "V" até os seus seios, tem cabelos castanhos ondulados, olhos azuis e um bafo de cigarro de maconha.

Max – Não, obrigado, tô esperando o meu namorado.

Gata – Ah, entendi, desculpa aí cara. – Ela se afasta de mim.

Max – De boa. – Após alguns minutos, Carlos volta com um milk-shake de maracujá e uma casquinha de sorvete de frutas vermelhas.

Carlos – Quem era aquela?

Max – Uma mulher de programa.

Carlos – Ela queria algo com você? – Ele se senta na mesa, me entrega o milk-shake e me encara com um rosto de desconfiança.

Max – Você sabe que eu sou gay Carlos, eu ficaria era preocupado contigo.

Carlos – Isso é uma ofensa a nós panssexuais Maxuel Alves Brown.

Max – Tá, desculpa... – Olho para a gata e ela ainda procurava um cliente.

Carlos – Acha que ela pode ser a vítima?

Max – Talvez, não sabemos se tem outras prostitutas por aqui, teríamos que investigar.

Carlos – A polícia vai vir né?

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora