26 - Após a tempestade

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(P.V Jackson)

In the town where I was born Lived a man who sailed the sea And he told us of his life In the land of submarines So we sailed up to the Sun Till we found the sea of green And we lived beneath the waves In our yellow submarine We all live in a yellow submarine Yellow submarine, yellow submarine We all live in a yellow submarine Yellow submarine, yellow submarine – "Yellow Submarine" dos Beatles, uma música que veio quatro anos antes do meu nascimento e que quando escutei pela primeira vez, me apaixonei.


Enquanto a luz branca do meu escritório me iluminava, eu revisava os arquivos do caso que estou resolvendo atualmente, preciso provar que o meu cliente é inocente perante ao tribunal. Meu cliente foi culpado por falsificação de remédios e isso provocou a morte de uma senhorinha de 85 anos que tomava remédios para o coração. Eu e todos os que estão do lado do inocente, sabemos que o seu auxiliar é o culpado e eu espero que minha ajudante esteja conseguindo alguma prova que o incrimine por falsificação de remédios e crime doloso, ou seja, ele tinha intenção de matar aquela senhorinha.

Bocejei e encarei o céu estrelado a minha frente. Vivo em uma casa de três andares e o escritório é o terceiro andar. Com uma ajudinha de uns velhos amigos meus, consegui reformar essa casa velha e transformei-a em minha habitação. Desde a saída do Kauan daqui, essa casa não é mais a mesma, está ficando cada vez mais solitária.

Uma coisa que sempre ficou em minha mente é que eu nunca poderei ter filhos, tudo começou quando um médico disse para mim que eu ficaria infértil apartir dos meus 30 anos, a causa é por eu ter um certo problema nos países baixos que não gosto de relembrar, mas é impossível não lembrar. Na época disso, eu estava casado, minha amada esposa se chamava Joanne Lerrow, vivemos anos felizes juntos, mas fomos separados pela morte, ela morreu aos 24 anos, vítima de taquicardia grave. Me casei de novo aos 29 anos e escondi isso da Eleonor durante anos, até que ela descobriu.

Quando minha ex-esposa descobriu sobre minha infertilidade, ela imediatamente pediu o divórcio, seu sonho era ter filhos e eu na teoria destruí seu sonho. Agora não mantemos contato e eu nem sei o que ela faz da vida, só sei que ela se casou e pronto. Quando Kani e Nicole, os pais de Kauan, morreram, eu o adotei. Apesar de ele ser adolescente, eu o considerava como um filho para mim. Quando saíamos juntos para almoçar, ir ao shopping ou qualquer coisa que precisássemos, muitas pessoas nos olhavam de forma preconceituosa, pois porquê um cervo-vermelho, estaria cuidando de um lobo azul que além de híbrido é um carnívoro?

Nesse instante o meu celular tocou, peguei e surpreendentemente, quem estava na outra linha, era o Kanashimi.


(ON)

Jackson – Oi cara, tudo bem?! – Estou feliz por ele ter ligado para mim. Como no viva-voz e deixo ao meu lado.

Kanashimi – Tudo e com você?

Jackson – Também estou bem. Então, por que está me ligando tão tarde? – Me espreguiço na cadeira e olho para o céu estrelado.

Kanashimi – Então...é sobre o... – Ah não!!!

Jackson – O QUE HOUVE COM O MENINO KAUAN?!! ELE TÁ BEM?!! ELE VENDEU DROGAS?! TÁ PRESO?! VIROU TRAFICANTE?! SE METEU EM BRIGA?!! – Me debruço na mesa e algumas pastas caem.

Kanashimi – É...a quinta opção é a certa, mas olha...

Jackson – ELE TÁ BEM?!!! – Ouço ele murmurando alguns xingamentos, mas tô me ferrando para isso.

Kanashimi – Sim, sim, ele tá, eu tô...ahm...quer falar com ele?...Ok, já passo para ele. – Ouço uma movimentação na outra linha e alguns segundos depois, ouço a voz do Kauan.

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora