Amor rural - Kelmiro

O forasteiro

Essa fanfic inicia alguns meses depois do momento atual da novela. A Irene não está nela pois eles se divorciaram quando ele decidiu colocar o Caio como sucessor. Eu estou apaixonada por Kelmiro desde o primeiro momento e quero muito ver alguém dando em cima do Kelvin para ver se o Ramiro acorda e sai logo desse armário e fica com nosso amorzinho. 

A história será em primeira pessoa alternando entre Ramiro e Kelvin.

É isso, boa leitura, espero que gostem e me avisem sobre algum erro de português que não seja relacionado ao sotaque fofo deles. 

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Ramiro

Acordei cedo como todos os dias e fui trabalhar, minha relação com o Seu Antônio tava muito mior nos últimos dias, ele tava mais tranquilo, não me pedia mais para fazer maldades e não me ofendia mais. Eu estava muito feliz por isso, Raimunda também me deixou em paz, se tornou uma boa amiga e até me deu alguns conselhos sobre Kelvin.

Kelvin entrou na minha vida como o fogo, me fazendo sentir coisas que eu nunca tinha sentido por ninguém, eu achei até que não sentia atração por pessoas, me forcei a me relacionar com algumas moças com medo da falação do povo, mas nunca senti desejo de verdade, até ver Kelvin pela primeira vez.

Tenho medo desse sentimento, não é só desejo, é mais, sinto saudade dele quando não visito, rio das piadas e das besteiras dele, ele é a única pessoa além da minha mãe que eu confio, a única pessoa que me viu chorar nessa vida.

Quando tentei me afastar dele senti como se meu coração tivesse sido arrancado do peito, ver a mágoa nos lindos olhos castanhos dele foi como uma facada nas costas e me arrependi na hora, mas não podia voltar a trás. Como um homem como eu poderia ser respeitado e namorar outro homem? Nessa cidade pequena o preconceito é grande e sendo peão eu seria chacota por ser gay. Então me afastei mesmo sofrendo e causando sofrimento no meu Kevinho, mas o destino nos aproximou de novo e eu decidi tentar manter a amizade com ele, mesmo sabendo o que eu desejo e o que ele deseja também.

Hoje o Seu Antônio me chamou para conversar, fiquei com medo, bem que eu tava estranhando essa paz toda, na certa quer me pedir um dos seus favores horríveis que eu odeio fazer, mas faço porque preciso do meu trabalho para sustentar a minha mãe e se o Seu Antônio me demite e fala mal de mim eu nunca que arrumo outro trabalho por aqui.

­- Ramiro, preciso ter um dedo de prosa com você. – Seu Antônio fala se aproximando com uma expressão neutra.

- Claro patrão, pode falar. – Respondo com medo.

- Calma Ramiro, é coisa boa, você vai gostar. – Seu Antônio fala com um sorriso no rosto.

- Então fala patrão, tô ansioso. – Falo mais calmo e sorrindo.

- Ramiro, eu andei pensando nos últimos dias sobre a sua lealdade, tantos anos me sendo leal, trabalhando duro, cumprindo minhas ordens que, eu admito, nem sempre foram corretas, suportando minhas humilhações e recebendo pouco por isso. Eu sei que não fui justo com você durante esses anos, e sei que você tem a sua mãe para sustentar e tem o desejo de se tornar um pequeno produtor. Eu decidi te ajudar nisso, você sabe que desde os últimos acontecimentos e a minha aproximação com o Caio, eu me arrependi do que eu fiz no passado, e agora com a descoberta da minha doença eu acho que não vou ter tempo para concertar tudo de mal que eu fiz nessa vida. – Seu Antônio, que descobriu um câncer a poucas semanas disse emocionado.

- Patrão eu fico muito agradecido pelo seu reconhecimento, o senhor sempre foi como um pai pra mim, um pai meio bravo, mas ainda o pai que eu nunca tive, eu tô rezando muito para que o senhor se recupere dessa doença e fique por aqui por muitos anos. – Digo com lágrimas nos olhos.