Amor rural - Kelmiro

Conhecendo a sogra

Ramiro

Eu e Kevinho combinamos de ele ir conhecer minha mãe nesse feriado que já tá chegando.

Eu confesso que quando comecei a sentir amor por ele eu fiquei com muito medo de minha mãe me odiar afinal ela queria muito ter netos e eu achava que só poderia dar netos para ela se me casasse com uma mulher, como eu sempre fui muito fechado nós nunca conversamos sobre isso até o dia que eu me afastei de Kevinho e quase quis morrer.

Eu decidi me afastar de Kevinho, esse sentimento está me deixando muito confuso, é errado, eu sou macho e preciso casar com uma muié e ter filhos.

Essa foi a decisão mais difícil que eu tomei, eu comecei a sonhar com ele, com a gente casando, com a gente casado, com a gente beijando, com a gente transando e tudo piorou muito quando eu me afastei dele, não consigo me concentrar em nada, não consigo trabaiar, não consigo dormir, não consigo beber e nem comer.

Viver sem ele é como a morte em vida, eu me afastei mas ele ficou com minha alma, minha mente e meu coração, não aguento mais isso.

Tenho meus pensamentos tristes interrompidos por meu celular tocando, era minha mãe que eu tenho evitado a dias com medo dela perceber algo, mas se eu não atender de novo ela vai acabar vindo aqui. Então com um suspiro atendo.

- Oi mãe, como a senhora tá? – pergunto já me preparando para a bronca que veio com força e palavrões.

- COMO EU TÔ? RAMIRO OCÊ TEM CORAGE DE PERGUNTAR COMO EU TÔ DEPOIS DE PASSAR 1 SEMANA SEM ATENDER ESSA MERDA DESSE CELULAR? OCÊ TEM MERDA NA CABEÇA? OCÊ QUER MATAR ESSA VELHA AQUI DE PREOCUPAÇÃO? FALA AGORA O QUE TA ACONTECENDO OU EU VOU AI AMANHÃ MESMO!!!!!! – ela grita furiosa.

- Mãezinha não fica assim, eu num atendi por que tava trabaiando muito. – tento dar uma desculpa para ela que é claro que não cai.

- TRABAIANDO? MENTIROSO, OCÊ NUNCA DEIXOU DE ME ATENDER FOSSE O QUE FOSSE. EU SOU SUA MÃE E TE PARI NO MUNDO RAMIRO, EU TE CONHEÇO MIOR QUE OCÊ MESMO E SEI EXATAMENTE O QUE TE PERTURBA. – ela fala ainda gritando e eu gelo. – Eu vou te ligar por videozinho e ocê trate de atender. – ela fala e desliga sem dizer mais nada.

De repente meu celular toca de novo e a cara da minha mãe aparece na tela com chamada de vídeo. Atendo.

- Meu fio ocê ta horrível, parece que um trator passou por cima d'ocê 3 vez. Vou te dar mais uma chance d'ocê me falar com as suas palavras o que eu já sei fio. – ela diz mais calma e me olhando com carinho.

Não aguento e começo a chorar muito.

- Me perdoa mãe, eu me desviei, eu tô amando alguém que eu não divia amar. – eu falo em puro desespero.

- O meu fio me doi saber que eu errei tando... – quando ela fala isso meu coração racha, eu sou pecador. – que eu errei tanto que não te ensinei que todo amor vale apena meu fio. Ramiro eu sempre soube que ocê não gostava de muié, eu achei que ocê não gostava de ninguém até ocê me falar do seu amigo Kevinho e eu ouvir a felicidade na sua voz, o amor. Eu sempre achei sua relação com a Munda tão estranha, ocê fugia da moça, não tinha amor nenhum, era uma amizade só. Ocê tentou fugir dos seus sentimentos a todo custo fio, e eu entendo o por que. Mas se eu errei em não te ensinar que um homem amar outro homem também é certo e bunito, ocê errou em não tentar aprender depois de velho. Eu também sei que ocê acha que só pode me dar netos ficando com uma muié mas netos do coração também são netos, família num precisa ter o mesmo sangue. Eu te amo do jeitin que ocê é. – ela fala tudo isso e eu choro de emoção por minha mãe me conhecer tão bem e me aceitar.