Kelvin
Nossa vida de casado estava maravilhosa, as vezes tínhamos algumas discussões, mas sempre acabava com Rams me pedindo desculpa e um sexo bem gostoso.
Minha sogra já estava bem instalada na sua casa e a gente vivia lá e ela aqui, e agora ela estava dando algumas indiretas de que queria ter netos, que já estava velha e essas coisas que a gente leva numa boa.
Eu e Ramiro já demonstramos interesses em outras conversas sobre ter filhos, mas nesses primeiros meses de casamento nós não nos sentamos e conversamos de forma profunda sobre isso, não buscamos orfanatos ou clínicas, estávamos na nossa bolha de amor.
Estamos casados a quase 1 ano, e eu tenho muita vontade de ser pai, de ter uma casa cheia, de ter uma família de comercial de margarina.
Estou sentado no sofá com Rams, encostado em seu peito com a mente vagando por esse assunto, na tv passa o filme "Minha mãe é uma peça 3" e os filhos do Paulo Gustavo com o seu marido Thales aparecem em uma cena fofa em um passeio em Los Angeles e eu me emociono.
- Ocê tá tão quietinho amor, tá tudo bem? – Ramiro pergunta e eu tento disfarçar um pouco a emoção. – Que foi benzinho? Tá chorando? – ele me olha preocupado.
- Foi nada não Rams, eu só fiquei emocionado com o filme, com os filhos do Paulo Gustavo e do Thales. – eu respondo secando as lagrimas.
- Bão, eu queria falar com ocê. A gente pode conversar agora? – Ramiro pergunta sério e eu concordo me endireitando no sofá e o olhando.
- Pode falar Rams.
- Eu num sou bom com as palavras, ocê sabe. Mai eu queria conversar com ocê sobre filhos. Quero saber se ocê quer ter filhos mesmo e se ocê quer adotar. Num tô cobrando nada não mai é que eu sempre sonhei em ser pai e acho que ocê também sonha, e agora a nossa vida já tá bem organizada, eu consigo manter a casa enquanto ocê estuda e cuida das crianças por um tempo e depois se ocê quiser trabaiar de novo a gente pode contratar alguém pra ajudar aqui. – ele fala com seu jeito acanhado e fofo.
Conforme ele vai falando um sorriso vai se abrindo na minha boca, eu ainda me admiro com a sintonia que eu e ele temos, é uma ligação de almas.
- Rams... Tudo que eu mais quero é ter filhos com você, ter uma família grande, crianças correndo pela casa, eu tentando educar e você mimando eles. É claro que eu quero, - respondo sorrindo muito feliz. – Você sabe que é um processo um pouco longo né? A adoção no Brasil é complicada por vários motivos, o processo é longo, e a muitas pessoas tem preferencias físicas que não se encaixam na realidade da maioria das crianças que precisam de um lar.
- Como assim? Eu num sei direito sobre isso, pode me explicar? – ele pede prestando atenção.
- Claro que posso amor. A maioria dos candidatos a pais procuram crianças pequenas, geralmente bebes, saudáveis, sem irmãos, brancos, loiros, olhos claros, enquanto que a maioria das crianças para adoção são maiores, negras, alguns possuem alguma deficiência como autismo, síndrome de Down, paraplegia, deficiência visual entre outras, e muitos tem irmãos e a preferencia é que irmãos não sejam separados na adoção.
- E o que acontece com as crianças que ficam grandes e não são adotadas? – ele pergunta.
- Quando completam 18 anos eles precisam sair do lar de acolhimento e ir morar sozinhos, são amparados somente até a maior idade, alguns quando tem condições de prover a casa entram com o pedido de guarda dos irmãos menores, caso contrário os menores continuam nos lares aguardando a adoção ou a maior idade.
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Amor rural - Kelmiro
RomansQuando Francisco, um novo peão, chega na cidade e se encanta por Kelvin, Ramiro sente medo de perder Kelvin para o rapaz. Será que isso é o que faltava para Ramiro se dar conta que Kelvin é seu verdadeiro amor?