Mudança

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Kelvin

Como tudo que é bom dura pouco a nossa lua de mel acabou, foram dias incríveis que vão ficar guardados para sempre na minha memória.

Hoje é o dia da nossa mudança para a casa nova, eu estou arrumando as minhas malas aqui e Ramiro está ao meu lado me ajudando.

As meninas decidiram fazer uma festa de despedida pra mim daqui do bar com todos os funcionários e os nossos clientes mais antigos.

Eu termino de arrumar todas as minhas coisas com muito carinho e nostalgia, lembrando de cada momento feliz, triste, engraçado e horrível que eu passei aqui.

As amizades e as inimizades que eu fiz, os golpes que eu tentei dar, o dia que eu conheci o meu marido e quando percebo estou chorando, chorando de alegria, de tristeza, de saudade e de alivio, um misto de sentimentos e emoções que eu não consigo explicar.

- Amor o que foi? Ocê tá chorano por que? – Ramiro me pergunta preocupado.

- Ah Rams, eu vivi tanta coisa nesses anos aqui, esse bar foi minha casa durante tanto tempo depois que eu fui enxotado pelo meu pai, as meninas me acolheram tanto, eu vou sentir muita saudade. Eu tava lembrando dos meus momentos aqui, de tudo, cada sorriso, cada lágrima, cada briga e cada festa. Do dia que a gente se conheceu, das vezes que eu fiquei te esperando na porta... – eu respondo sorrindo e chorando.

- Ô benzinho, mai ocê pode voltar aqui sempre que quiser, ver as meninas, ver os shows, a gente pode vir aqui toda noite, eu e ocê, namorar na cerca como antigamente. Eu dou até uns apertãozinho n'ocê lá no nosso cantinho pra matar a saudade. E a nossa casa vai tá aberta pras meninas e pros seus amigos, nossos amigos. – Ramiro diz e eu sorrio, ele é tão incrível.

- Você é incrível sabia? – eu pergunto o beijando.

- Com ocê dizendo e me beijando assim eu inté credito. – ele diz me beijando mais um pouco.

- Guarda esse fogo pra inaugurar a nossa casa mais tarde. – eu falo no seu ouvido e mordo a pontinha da sua orelha. – Vamos descer? – pergunto me afastando e indo pegar minhas malas.

- Gostei de inauguração, Deus sabe o que eu vou fazer com ocê na nossa casa. – ele fala malicioso. – Vamo descer sim, mas ocê me dá as malas que eu carrego as mais pesadas, ocê não tem que carregar peso comigo aqui. – ele diz pegando as malas mais pesadas com seus músculos poderosos.

- Eu amo esse meu marido alto, forte, musculoso e gostoso. – digo apertando a sua bunda enquanto saímos do quarto.

- Safada, vou te rachar no meio quando a gente chegar em casa. – ele responde.

- Mal posso esperar. – digo e saio na frente rebolando deixando um Ramiro estático pra trás alguns segundos.

Quando descemos para o bar todos já estão lá e as meninas estendem uma faixa escrita:

FINALMENTE DESENCALHOU!!!!!

3 VIVAS PARA KELMIRO S2

Todos aplaudem e gritam em festa, eu não seguro a risada e as lágrimas.

- Ai piranhas, vou sentir falta de vocês, mas o Ramis disse que a gente vai vir aqui toda noite um pouquinho matar a saudade e a nossa casa está aberta para vocês sempre. – digo emocionado abraçando elas e me despedindo.

Festejamos mais um pouco e vamos para a nossa casa.

O caminho é silencioso, mas não desconfortável, eu estou imerso nas minhas lembranças e nos meus desejos do nosso futuro.

Amor rural - KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora