Liskook - LIVRO 1

capítulo 37

🔱 Taehyung 🔱

Estou voltando para a Sérvia, acabamos de alçar voo quando recebo uma mensagem.

Desconhecido: Gosto de saber que me procura, pequeno demônio, qual a sensação de saber que tenho em minhas mãos a mulher que deseja ao seu lado.

Meu corpo congela com a mensagem e logo uma foto de Kalina chorando com a boca amordaçada me deixa furioso, seus grandes olhos verdes tristes parte algo em meu peito, quando outra mensagem chega.

Desconhecido: Mude a rota do seu destino, venha até as Coordenadas, não avise ninguém e desliga o telefone. Se não obedecer não encontrá-la com vida.

Logo que as coordenadas aparecem, anoto-as no notebook à minha frente, desligando o telefone, aperto meu braço acionando um localizador GPS que deveria usar em algum aparelho eletrônico, mas que poderia ser
facilmente rastreado, esse é subcutâneo feito de plástico e indetectável caso seja scaneado ou passem em mim o detector de metal, o coloquei em Lisa e nas minhas irmãs, consigo rastreá-las assim, logo que o sinal é ativado um alerta dispara no centro de comando que criei.

Faço as buscas e encontro as coordenadas, ficam no interior da capital da Guatemala, a cidade da Guatemala.

Levanto-me indo até a cabine do piloto.

— Mudanças de rota, siga para esse curso, entrego, saindo sem que precise lhe explicar algo.

Minutos depois sinto a conversão do avião, com certeza causada pela mudança de rota, com certeza meus homens neste momento estão se preparando para me resgatar, espero apenas que dê tempo de tudo acontecer sem que algo aconteça comigo ou com Kalina.

Horas depois pouso no meu destino, não temos aliados neste país, a imigração é corrompida com dinheiro e não sou parado, todos acreditam que sou um playboy excêntrico que decidiu passar algumas horas aqui.

Um carro me aguarda, como previsto sou vistoriado, tenho meus eletrônicos levados e meus anéis desaparecem dos meus dedos. Entro no carro e tenho um capuz colocado na cabeça, sigo contando, uma mania que
conquistei depois de dias preso na grande sala de espelhos repartidos, fazia minha mente ficar alerta e não enlouquecer. Sorrio desse pensamento, a quem quero enganar, eu sou louco, a verdade é que talvez nem mesmo isso que estou passando pode ser real.

Quinhentos, viramos à esquerda, continuo contando, em dois mil e após tremer bastante viramos novamente à esquerda, o pavimento muda, parece que voltamos ao asfalto, sinto quando subimos uma ladeira e na contagem de quatro mil viramos à direita, voltando à estrada de chão, sigo contando e com seis mil duzentos e cinquenta e nove o carro para.

— Vamos. — Alguém me segura pelo braço, volto a contar, marcando tudo que consigo, ao longe consigo ouvir o barulho de água e
pelo cheiro estamos perto do mar.

Entramos por algumas portas, sou colocado sentado em uma cadeira, o choro explode e então meu coração dispara, tenho a certeza de que estou próximo a Kalina.

— Seja bem-vindo, meu genro. — A voz de Ruligan me arrepia os pelos e seu escárnio me deixa furioso, sua fala é seguida da retirada do pano preto em minha cabeça.

Tento me acostumar com a luz forte e branca do lugar e quando consigo focalizar minha visão, vejo Kalina com seus olhos verdes que tanto amo, vermelhos de chorar, existe sangue em sua roupa e machucados em
seu rosto, seus longos cabelos cacheados estão presos em um rabo de cavalo.

— Je vais vous sortir d'ici.— digo em seu idioma natal.

— J'ai peur et je souffre beaucoup, Tae. — Ouvir isso me deixa enlouquecido.

Seu choro volta e minha ira vem com ele.

— Calem suas malditas bocas. — Um tapa forte acerta o rosto de Kalina.

— Desgraçado! Não toque nela!

— Parem de falar essa língua nojenta que só a vagabunda da sua progenitora fala, aquela imunda, burra, jamais aprendeu outro idioma. Sempre ligada às tradições, com toda certeza agora deve estar bem feliz, Kalina, por ter sido inserida nas tradições arcaicas de sua tribo em Mali — O sorriso de escárnio de Ruligan arrepia meus pelos, isso não é um bom sinal.

Ouvir essas palavras faz Kalina chorar muito mais, como se algo a consumisse, como se sua vida estivesse completamente devastada.

— Juro a você, Ruligan, serei eu a arrancar seu maldito coração sérvio, você é a escória que caminha pela terra, e eu serei o seu ceifador.

— Vamos ver como se porta quando a minha cartada final acontecer — fala sentando-se e só então percebo que ao seu lado tem uma outra cadeira. — Tragam a vagabunda!

Assim que olho para o lado meu mundo se despedaça, é Lisa.

— Solte-a, seu maldito verme asqueroso! — Debato-me na cadeira, meus pulsos queimam, mas não consigo me soltar.

Olho para Lisa, ela me olha como se tudo estivesse bem, enquanto Kalina chora e é novamente amordaçada pelo escroto do Ruligan.

— Ver seu desespero é muito divertido, Taehyung, quero realmente ver como irá se livrar dessa vez.

Vejo quando ele sai gargalhando, olho para Kalina, que tem a cabeça baixa e chora, Lisa apenas me olha com seus olhos incrivelmente azuis, e eles neste momento estão cravados nos meus.