IX. Trust Nobody

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Aviso: temas sensíveis

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Aviso: temas sensíveis.

Trust Nobody, Hippie Sabotage.
❝ And I won't hurt nobody
So just stay up out my sights.❞

— Jeongguk... Bela moto.

Aquelas foram as últimas palavras que ouvi do francês, antes de subir na minha moto e partir de sua casa. Talvez devesse ter deixado essa situação para trás no momento em que percebi o afastamento, quando notei que ele preferia se sentar longe, isolado na sala de aula, em vez de atrás de mim, como havíamos feito ao longo da semana. Pelo visto, me acostumei mal.

Não estou chateado ou com raiva dele em si, pois para ele ter mudado daquela forma, a culpa com toda certeza foi minha. Eu sempre estrago as coisas, principalmente as minhas relações com as pessoas. Deixei o Jackson e o Rm chateados, abandonei o Jimin, ferrei com pessoas que demonstravam gostar de mim, minha mãe morreu por minha culpa. Sempre acabo sendo o culpado no final. Não tenho o direito de me lamentar, mas ainda continuo irritado e magoado, com vontade de quebrar tudo por sentir que estou sendo descartado como uma casca de banana, mesmo depois de me abrir e ser sincero com alguém.

Talvez seja apenas meu ego ferido. Eu não sei, mas estou chateado por ter sido deixado assim, por mim nunca mais o veria novamente. Sei que não tenho direito de me sentir dessa forma, mas todas as partes do meu corpo exalam raiva.

Estacionei a moto de qualquer jeito nos fundos de casa, arranquei o capacete com certa brutalidade e o segurei firmemente na mão. Andei com passos pesados para dentro de casa pela entrada da cozinha, que estava aberta; esqueci de trancar quando saí, e agradeci mentalmente por isso. Na pressa de pegar a moto, esqueci minha chave em casa, o que me deixaria trancado para o lado de fora, já que a porta da frente estava fechada e ao trancar a entrada dos fundos não conseguiria abrir novamente, pois estava como defeito e só abriria por dentro.

Antes de subir para o meu quarto, peguei duas garrafas pequenas de 360ml de Soju que comprei mais cedo em uma lojinha de conveniência, ambas sem sabor. Com uma mão, segurava o capacete; com a outra, as duas garrafas de vidro. Subi as escadas para o segundo andar, nem me dei ao trabalho de tirar meu tênis e colocá-lo na organizadora de sapatos. Estava tão absorto em meus próprios interesses que guardar os sapatos parecia uma formalidade inútil no momento.

A passos rápidos, adentrei meu quarto, depositando o capacete na estante e as garrafas sobre a cama. Desnecessariamente bruto, joguei minha mochila no guarda-roupa, dispersando minhas roupas sem cuidado. Sentei-me, retirando os tênis com a mesma displicência, arremessando-os em qualquer canto. A paciência era um artigo raro naquele momento, e a solidão da casa me trazia um alívio. Todos saíram para um passeio em família, e eu, naturalmente, não fui convidado, afinal, não sou considerado parte da família. Isso costumava me incomodar, mas agora é apenas um sentimento vago e distante, algo que já não me importa mais.

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