XII. Lágrimas

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Aviso: temas sensíveis

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Aviso: temas sensíveis.

Lágrimas, Baco Exu do Blues.
❝ De cara fechada, pro mundo e nunca pra ti
Te mostro além do meu ego e da minha marra.❞

O almoço transcorria agradavelmente para todos, exceto para Kim Taehyung. Risos e conversas sobre o passado dos namorados e suas infâncias preenchiam a atmosfera agradável da refeição. No entanto, para o francês, a situação era desconfortável. Ele não sabia como agir ou o que dizer, limitando-se a soltar risadas ocasionalmente. Percebendo o olhar constante de sua mãe sobre ele. Era sufocante; não queria ser o centro das atenções nem o tópico de conversa na mesa. Sua mente vagava por outros assuntos, e quanto mais tempo ficava sob o olhar deles, mais a culpa o envolvia.

Ce sont nos invités, participez, cela ressemble à une porte. (São nossos convidados, interaja, está parecendo uma porta) — Petit disse em sua língua nativa, com um sorriso nos lábios, enquanto concordava com algo que os Park's diziam. Taehyung a olhou pelo canto dos olhos por um curto período, voltando sua atenção ao prato recém-tocado.

Si tu ne voulais pas du déjeuner, il aurait suffi de dire non. Maintenant, ne fais pas cette tête. (Se não queria o almoço era só ter tido não. Agora, Não fique com essa cara.) — ela tocou gentilmente nos fios dourados do filho, sorrindo em sua direção, logo voltando sua atenção aos convidados.

— Francês é realmente uma língua encantadora. — elogiou Jinhee, com um sorriso amável nos lábios. — Criar um filho falando duas línguas é desafiador?

— Na verdade, meu marido e eu falamos quatro. Coreano, francês, inglês, e eu também falo italiano, enquanto ele fala espanhol. Geralmente, em casa, optamos por francês e coreano, e isso nunca foi um problema. — Ela tomou um gole do vinho branco em sua taça, seu favorito. — No entanto, ele costumava misturar as línguas, o que tornava a comunicação na escola bastante difícil, especialmente com outras crianças. Ele acabou não conseguindo muitas amizades na época.

— Deve ter sido terrível. — Todos estavam atentos à história, mas apenas Jinhee comentava sobre o assunto. Taehyung, visivelmente nervoso, mordiscava os lábios, coçava o pulso, criando mais uma ferida em seu corpo, enquanto balançava a perna sob a mesa.

Lembrar da infância trazia sensações terríveis, memórias difíceis de enfrentar. Sua aprendizagem na fala foi mais complicada do que sua mãe admitia. Aos três anos, Taehyung mal conseguia articular palavras simples; em vez disso, murmurava ou emitia sons com a boca. Sua progressão na fala foi tardia, com poucos estímulos linguísticos e a ausência de alguém para conversar com ele diariamente. Sua mãe, incansável, o levou aos melhores médicos e contratou os melhores educadores, insistindo sempre: "Há algo de errado com meu filho", "Meu filho tem um problema", "Ele deve ter alguma doença". No entanto, ouvia a mesma resposta tranquilizadora de que não havia nada de errado com ele, seu desenvolvimento cerebral estava normal, e o problema provavelmente residia em casa. Mas ela não podia aceitar isso; afinal, era uma mãe tão dedicada. Para ela, o problema só podia ser o garoto.

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